Sábado, 06 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de setembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nessa sexta-feira (5) a prorrogação do julgamento do núcleo central da suposta trama golpista que está sendo analisado pela Primeira Turma da Corte. O pedido foi encaminhado ao presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, que, em resposta, agendou sessões adicionais para a próxima quinta-feira, 11 de setembro de 2025. As sessões ocorrerão nos turnos da manhã e da tarde, ampliando o tempo disponível para a continuidade do julgamento.
Inicialmente, a programação da próxima semana previa sessões na terça-feira (9), tanto pela manhã quanto à tarde; na quarta-feira (10), pela manhã; e na sexta (12), também nos dois turnos. Com o novo agendamento, o cronograma passa a incluir também a quinta (11), com sessões em período integral, conforme solicitado por Moraes.
“Solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, o agendamento de novas sessões complementares para a realização do julgamento, a serem realizadas na quinta-feira, dia 11/9/2025”, afirmou Moraes no documento encaminhado ao colegiado.
Primeira semana de julgamento
A Primeira Turma iniciou o julgamento do chamado núcleo central do caso na terça-feira (2) e deu continuidade na quarta-feira (3). Na abertura, o relator Alexandre de Moraes apresentou um relatório detalhado com os principais pontos do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fez a sustentação oral da acusação, reiterando o pedido de condenação dos oito réus envolvidos.
Logo após a manifestação do Ministério Público, foi a vez das defesas dos acusados se pronunciarem. Os advogados levantaram diversas questões processuais. Entre os principais argumentos apresentados estão críticas à validade do acordo de colaboração premiada firmado por Mauro Cid, além da alegação de que houve cerceamento de defesa por falta de tempo para analisar os documentos do processo. Os defensores também negaram a ligação dos acusados com os atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
O julgamento envolve as seguintes figuras públicas:
* Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
* Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
* Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
* Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
* Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
* Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência
* Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa
* Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil
Os réus respondem por crimes como associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Alexandre Ramagem, no entanto, não será julgado agora por dois desses crimes, pois já havia sido diplomado como deputado federal na época dos fatos.