Por Redação do Jornal O Sul | 5 de dezembro de 2025
A atriz Juliana Paes, 46 anos, abriu o coração ao relembrar episódios de sua infância marcada por dificuldades financeiras. Em participação no programa “Quem é Você Nesse Rolê?”, comandado por Thais Fersoza, ela explicou que amadureceu cedo por ser a filha mais velha de uma família numerosa.
“Sempre fui muito madura. Sou a filha mais velha de quatro irmãos, vindo desse lugar que nunca foi abastado. Não sou de ficar falando muito sobre as minhas dificuldades de infância, porque já tem muito tempo e faz tempo que vivo em uma situação de privilégio diante da realidade que a gente vive, mas são marcas de escassez que forjam quem a gente é”, declarou.
Juliana contou que a responsabilidade financeira chegou pouco depois de conquistar seu primeiro trabalho na televisão, aos 20 anos, quando estreou em sua primeira novela.
“A responsabilidade sempre cai sobre a irmã mais velha, esse peso de ser essa pessoa que ganhou dinheiro antes de todo mundo. Quando você vem de uma família muito pobre e é o primeiro a ganhar dinheiro, é você que vai ajudar todo mundo, pagar as contas de geral. Não só as suas, da sua mãe e do seu pai, mas também pagar dívidas, socorrer a avó, irmão, sobrinho… todo mundo. Fui amadurecendo tudo isso desde os 20 anos de idade, que foi quando fiz minha primeira novela e virou a chave de tudo.”
A artista também revelou que, por muito tempo, carregou a necessidade de agradar a todos, o que a impedia de dizer “não” a determinados trabalhos. “Fiquei muito tempo de vida pública ainda muito apegada nessa personalidade ‘agradadora’, que não sabia dizer não, mesmo tendo conhecimento dessa questão. Meus agentes falavam que não precisava, que estaria tudo bem dizer se eu não aceitasse tal trabalho.”
Juliana acrescentou que só buscou ajuda profissional quando percebeu que o estresse estava se manifestando fisicamente. “A terapia me ajudou muito com muita coisa. Demorei para procurar terapia, porque, de novo, ‘Estou nesse corre, estou dando conta, estou bem’. Passei por uns processos de luto, perdas e situações dentro da família e, de repente, quando vi, estava sentindo coração acelerado fora de hora, não conseguia dormir, estava somatizando para o corpo. Aí que fui procurar ajuda e terapia. Demorou para cair a ficha de que não continuaria falando sim para todo mundo e dando conta de tudo.”
