Terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Justiça absolve ex-ministro em ação sobre favorecimento no BNDES

O juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília, absolveu o ex-ministro Guido Mantega, o filho dele Leonardo Vilardo Mantega, e o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Luciano Galvão Coutinho.

Os três foram denunciados no âmbito da Operação Bullish, da Polícia Federal, que apurou supostas irregularidades em apoio financeiro prestado pelo BNDES ao grupo J&F, do empresário Joesley Batista. A denúncia citava os crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro.

Na sentença, o magistrado afirma que não há provas contra os acusados. Segundo o juiz, “o Ministério Público Federal sustenta a acusação unicamente nas declarações – genéricas e vazias – do colaborador Joesley Batista”.

“Não é crível supor que todos (responsáveis pelas áreas técnicas e diretoria do BNDES) tenham adotado comportamento dirigido à prática de fraudes, com vistas a beneficiar determinada empresa. Os autos não contêm prova alguma nesse sentido”, diz na sentença.

A decisão é de primeira instância. Questionado sobre a possibilidade de recurso, o Ministério Público Federal (MPF) disse que o procedimento chegou ao órgão nesta quinta-feira e está sendo analisado. Já a defesa de Guido Mantega e do filho disse que “a decisão foi corretíssima e esperada”.

Acusações

Na denúncia, o MPF alegava que a investigação dizia respeito a supostos crimes cometidos entre 2007 e 2011, quando Mantega atuou como ministro da Fazenda e Luciano Coutinho era presidente do BNDES.

A apuração teve início após a delação premiada do empresário Joesley Batista. Segundo a denúncia, ele “corrompeu” um suposto operador de Guido Mantega para ter acesso ao político. Depois, teria usado a ligação com o ex-ministro para “exercer influência sobre o novo presidente da instituição, Luciano Coutinho”.

Os investigadores alegavam que Coutinho, já no cargo, deu continuidade e ampliou o esquema, “aceitando investimentos sem análises adequadas, em valores superiores ao necessário”. Já uma empresa de Leonardo Mantega, de acordo com o MPF, teria sido usada para mascarar o recebimento de propina.

No entanto, para o juiz Marcus Vinícius Reis Bastos, “encerrada a instrução criminal, não se encontra nos autos prova alguma que ampare a narrativa ministerial”.

Nota da defesa

Confira a íntegra da nota da defesa de Guido e Leonardo Mantega sobre o caso:

“A decisão foi corretíssima e esperada do Juiz Federal, que não só reconheceu ser imprestável a delação de Joesley Batista, como afastou completamente as descabidas suspeitas em torno da escorreita atuação do BNDES, atestando, ainda, a regularidade das condutas atribuídas a Guido Mantega à frente daquela instituição e do Ministério da Fazenda. A decisão, ainda, reparou enorme injustiça feita a Leonardo Mantega, reconhecendo a licitude de investimento feito na empresa em que trabalhava e que nenhuma relação tinha com a função pública de seu pai”, afirma o advogado Fábio Tofic Simantob.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Um dia após a data em que retornaria ao Brasil, Bolsonaro dará palestra sobre meio ambiente nos Estados Unidos
Bancos suspendem empréstimo consignado aos aposentados do INSS após governo baixar taxa máxima de juros de 2,14% para 1,70%
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play