Quinta-feira, 09 de outubro de 2025

Justiça condena servidores e empresas por irregularidades em contratos do extinto Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre

O juiz Thomas Vinícius Schons, da Vara Estadual de Improbidade Administrativa de Porto Alegre, condenou dois servidores do extinto DEP (Departamento de Esgotos Pluviais) da Capital e as empresas REF Manutenção e Locação Ltda. e IMBIL Indústria e Manutenção de Bombas Ita Ltda. por atos de improbidade administrativa.

A ação civil pública, movida pela prefeitura de Porto Alegre, apontou irregularidades na execução dos contratos públicos para manutenção e reforma das casas de bombas do sistema de proteção contra cheias da cidade.  No total, foram firmados três contratos, um deles sem licitação prévia.

De acordo com o juiz, a maior parte dos serviços não foi executada ou foi realizada em desconformidade com o previsto, ocasionado prejuízos superiores a R$ 3 milhões aos cofres municipais. “O dolo específico de todos os réus restou cabalmente demonstrado”, afirmou o magistrado.

Na sentença, proferida na terça-feira (7), Schons afirmou que ficou evidenciado que o servidor Francisco Eduardo Mellos dos Santos, diretor-adjunto do DEP, afastou o fiscal originalmente responsável e nomeou Paulo Guilherme Silva Barcellos da Silva, que se omitiu em sua função, assinando documentos sem conferir a execução dos serviços. Ainda de acordo com o magistrado, as empresas envolvidas, com ampla experiência em contratos públicos, colaboraram com as práticas ilícitas, facilitando desvios por meio de subcontratações não autorizadas.

Além dos danos financeiros, o juiz ressaltou que a negligência na gestão dos contratos agravou os episódios de enchentes em Porto Alegre, “expondo a população a riscos evitáveis e gerando prejuízos materiais e sociais significativos, podendo, inclusive, ter contribuído para a maior catástrofe climática que o município já sofreu”.

“A negligência dos responsáveis, ao permitir que equipamentos essenciais permanecessem fora de operação ou, ainda, operando de maneira precária, revela não apenas a falha na gestão dos recursos públicos, mas também o descaso com a segurança e o bem-estar da coletividade”, enfatizou o juiz.

Foram aplicadas sanções que incluem ressarcimento integral ao Erário, suspensão dos direitos políticos, multas civis e proibição de contratar com o Poder Público. A indisponibilidade dos bens dos réus foi mantida para assegurar a reparação dos danos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Além do caso de intoxicação por metanol confirmado em Porto Alegre, RS tem outros três suspeitos em investigação
Se as eleições fossem hoje, Lula venceria todos os adversários no segundo turno, aponta pesquisa Quaest
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play