Sábado, 02 de agosto de 2025

Justiça italiana decide manter prisão da deputada federal brasileira Carla Zambelli

Depois da audiência de custódia realizada na Itália nessa sexta-feira (1º), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) continuará presa naquele país enquanto tramita o processo de extradição solicitado pela Justiça brasileira.

Durante a sessão, conduzida pelo juiz Aldo Morgigni, da Corte de Apelação de Roma, Zambelli declarou não ter intenção de retornar ao Brasil e expressou o desejo de ser julgada novamente na Itália, país do qual também é cidadã. A deputada estava acompanhada do advogado italiano Pieremilio Sammarco

Apontada como foragida pela Polícia Federal, ela foi condenada por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Esse crime motivou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedir formalmente a extradição. Na audiência, foi determinada a manutenção de sua prisão preventiva.

Tanto a defesa de Zambelli quanto o Partido Liberal acionaram autoridades italianas com o objetivo de impedir a extradição. O processo seguirá agora para a Corte de Apelação de Roma, onde a Justiça italiana e os representantes legais da deputada irão apresentar seus argumentos. A decisão da Corte ainda poderá ser levada à Corte de Cassação, a instância judicial mais alta da Itália.

Mesmo com eventual autorização judicial, a decisão final sobre a extradição cabe ao Ministério da Justiça italiano, que pode rejeitar o pedido por razões políticas. O governo da primeira-ministra Giorgia Meloni, ideologicamente próximo de setores que apoiam Zambelli, pode influenciar a análise final do caso.

Caso a extradição seja aprovada, a defesa ainda poderá recorrer a instâncias da Justiça administrativa, como o Tribunal Administrativo Regional e o Conselho de Estado. Especialistas avaliam que o processo pode levar até dois anos para ser concluído.

Entenda o caso

A deputada foi condenada no Brasil a dez anos de prisão e perda de mandato parlamentar por invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ela também terá que pegar R$ 2 milhões em danos coletivos. O caso já transitou em julgado — ou seja, não cabem mais recursos.

De acordo com as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.

Em junho, Zambelli anunciou que estava na Itália e afirmou sofrer perseguição política. A pedido do STF (Supremo Tribunal Federal), a deputada foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Supremo autoriza ex-deputado Daniel Silveira a deixar prisão para cirurgia no joelho
Prisão onde a deputada federal Carla Zambelli está é a maior penitenciária feminina da Itália e sofre com superlotação
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play