Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 22 de outubro de 2025
A Justiça revogou a prisão do professor de Direito Conrado Paulino da Rosa, que é investigado por crimes sexuais contra mulheres em Porto Alegre. Ele estava detido desde 26 de setembro.
Segundo a investigação da Polícia Civil, os episódios teriam ocorrido entre 2013 e 2025. Pelo menos 16 mulheres relataram ter sido vítimas, registraram ocorrências e prestaram depoimentos.
Os relatos incluem supostos estupros, agressões durante relações sexuais e violência psicológica. A delegada Fernanda Campos Hablich, responsável pelo caso, também apura se a posição de autoridade do professor teria gerado medo ou constrangimento nas vítimas.
No início de outubro, a Polícia Civil apreendeu computadores e outros objetos no apartamento do professor. De acordo com a delegada, vítimas e testemunhas afirmaram que crimes sexuais e violência psicológica teriam ocorrido no local.
Por se tratarem de crimes sexuais, detalhes da investigação não foram divulgados. A polícia afirmou, porém, que os relatos apresentam semelhanças entre si e que as possíveis vítimas passarão por perícia psicológica.
Em suas redes sociais, Conrado Paulino afirmou que “a verdade dos fatos se sobressairá” e que “repudia a violência contra a mulher”.
Medidas cautelares
Antes da prisão, a Justiça do RS já havia estabelecido medidas cautelares contra ele, incluindo monitoramento eletrônico por tornozeleira, comparecimento mensal em juízo e proibição de contato com vítimas e testemunhas.
O professor também estava proibido de frequentar instituições de ensino superior, congressos e simpósios. Entre outras restrições, constavam a retenção do passaporte, recolhimento domiciliar entre 20h e 6h e a proibição de deixar a comarca de Porto Alegre.
Demissão
Conrado trabalhava na Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) de Porto Alegre, de onde foi desligado. A instituição não detalhou os motivos da demissão.
Na FMP, ele lecionava para alunos de graduação e mestrado em Direito, além de coordenar a pós-graduação em Direito de Família e Sucessão. Conrado também presidiu o Instituto Brasileiro de Direito de Família, Seção RS (IBDFAM-RS), e é autor de 18 obras sobre o tema.
A FMP afirmou que “o desligamento foi definido em caráter administrativo, sem juízo antecipado sobre eventuais responsabilidades relacionadas a fatos externos à instituição”.