Terça-feira, 30 de setembro de 2025

Lewis Hamilton e o luto silencioso: quando o coração freia fora das pistas

Na manhã da segunda-feira, 29 de setembro, Lewis Hamilton compartilhou com o mundo uma dor que não cabe em troféus nem em estatísticas. Seu fiel companheiro Roscoe, um bulldog inglês de 12 anos, faleceu após quatro dias internado em suporte de vida. O cãozinho, que acompanhava o piloto desde 2013, tornou-se uma figura tão presente quanto os capacetes e os carros que marcaram sua trajetória na Fórmula 1.

“Depois de quatro dias no suporte de vida, lutando com toda a força que ele tinha, tive de tomar a decisão mais difícil da minha vida e dizer adeus ao Roscoe. Ele nunca parou de lutar, até o fim. Sinto-me tão grato e honrado por ter partilhado a minha vida com uma alma tão linda, um anjo e um amigo verdadeiro”, escreveu Hamilton em uma publicação comovente. A frase, carregada de dor e ternura, revela o impacto profundo da perda — e a dimensão emocional que o luto pet pode alcançar.

Hamilton, atualmente piloto da Ferrari, suspendeu seus treinos e compromissos para permanecer ao lado de Roscoe durante os dias de internação. A decisão de parar, em meio à rotina intensa de um atleta de elite, mostra que há momentos em que o tempo precisa desacelerar para que o coração possa acompanhar.

O luto que não se vê, mas se sente

A morte de um animal de estimação é, para muitos, a perda de um membro da família. Segundo especialistas em saúde mental, o impacto emocional pode ser tão profundo quanto o luto por um ente querido. “Os cães desempenham um papel emocional significativo. Eles são fonte de amor incondicional, companhia e segurança”, explica a psicóloga Marcelle Alfinito.

No caso de Hamilton, Roscoe não era apenas um pet — era presença constante nos paddocks, nas viagens, nas fotos e nas pausas entre corridas. O cão tornou-se símbolo de afeto e equilíbrio em meio à pressão extrema do automobilismo. Sua morte não foi apenas uma despedida, mas o fim de uma era afetiva.

A pausa necessária

Ao deixar de treinar para acompanhar Roscoe, Hamilton fez mais do que um gesto de amor. Fez um gesto de humanidade. Em um esporte onde cada segundo conta, ele escolheu parar. E, ao parar, mostrou que há vínculos que transcendem qualquer cronômetro.

“Embora tenha sido tão difícil, tê-lo foi uma das partes mais bonitas da vida — amar tão profundamente e ser amado em troca”, escreveu o piloto. A frase ecoa o sentimento de milhares de tutores que já enfrentaram a dor da despedida. Uma dor que não tem manual, não tem tempo certo, não tem fórmula. Mas tem memória. E tem amor.

O legado de Roscoe

Roscoe não foi apenas um companheiro de Hamilton — foi um símbolo de afeto em um universo marcado por velocidade, performance e pressão. Sua presença constante nas redes sociais e nos bastidores da Fórmula 1 inspirou fãs, humanizou o piloto e mostrou que, mesmo no topo do mundo, há espaço para vínculos sinceros.

Ao compartilhar sua dor, Hamilton também abriu espaço para que outros falem sobre o luto pet — um tema ainda subestimado, mas profundamente real. Porque, no fim, perder um animal é perder uma parte de si. E reconhecer essa dor é o primeiro passo para curá-la. (Gisele Flores)

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