Quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Líder do partido de Bolsonaro anuncia nova obstrução na Câmara após Hugo Motta adiar discussão sobre fim do foro privilegiado

O líder do Partido Liberal na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o partido retomará a obstrução das votações. A medida ocorre após o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir adiar a discussão sobre o fim do foro privilegiado.

Diferentemente da semana passada, contudo, desta vez o plano dos deputados de oposição não inclui invasão ao plenário, mas usar instrumentos previstos no regimento interno para atrasar a análise de propostas.

Apesar de, em tese, abrir fogo contra a mesa diretora, a medida foi interpretada como “balão de ensaio” por outros líderes. Após 14 deputados estarem tendo suas condutas analisadas durante a obstrução da semana passada, teria um certo temor com as possíveis punições.

“Nós entendemos isso (não pautar o foro privilegiado), mas não abriremos mão da nossa obstrução. Na quinta-feira, esperamos que venha a pauta e, na semana que vem, resolvemos isso”, afirmou, em referência à votação da Proposta de Emenda à Constituição que trata do fim do foro.

O deputado evitou também criticar Motta:

“Não acho que seja desrespeito. É prerrogativa dele”.

Segundo integrantes do PL, a obstrução será mantida até que a proposta volte à pauta, conforme havia sido acordado com líderes da Casa.

Cavalcante afirmou ainda ter confiança que a inclusão ocorrerá na próxima quinta-feira, quando os líderes definem a pauta da semana seguinte.

O movimento de obstrução, contudo, não será igual o da semana passada, quando os parlamentares impediram fisicamente as votações, ocupando a Mesa da Câmara. Desta vez, eles deixarão as sessões serem iniciadas e contribuirão para não ter quórum. A pauta desta semana, contudo, está esvaziada.

Diante da crise gerada pela oposição, Motta não incluiu outros projetos de relevância, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Questionado sobre isso, Sostenes minimizou:

“Nem o relator do projeto está confortável para votar”, disse.

Em prisão domiciliar, Jair Bolsonaro tem dado orientações para parlamentares do seu partido, o PL, para lidar com a crise conflagrada no Congresso. A interlocutores que o visitaram em sua casa em Brasília, o ex-presidente avaliou como positiva a iniciativa de obstruir a pauta de votação na semana passada, mas admitiu problemas na execução da estratégia.

Bolsonaro pediu para que os parlamentares do PL tenham paciência com o presidente da Câmara e evitem prolongar o confronto com Motta. Argumentou que é preciso dar tempo para que os pleitos da bancada como a aprovação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpista do 8 de janeiro, que beneficiaria o ex-presidente, e o fim do foro sejam atendidos.

Neste contexto, a postura de Sóstenes nesta terça-feira se diferencia da semana passada, quando chegou a criticar Motta em público. Alinhado às orientações, Sóstenes esteve na reunião de líderes e expôs os pleitos do partido, sem se exaltar, segundo presentes.

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