Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 4 de agosto de 2025
O senador Carlos Portinho, líder do PL no Senado, criticou o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, por não oferecerem resistência ao que classificou como “ditadura da toga”. A declaração foi dada há pouco, após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretando a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Portinho, a prisão do ex-mandatário e a aplicação de tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos), ambas decretadas nesta segunda-feira, recaem sobre todo o Congresso Nacional que, de acordo com o
líder do PL, foi “esmagado pela mão de ferro do Judiciário”.
Portinho também manifestou apoio a Bolsonaro, e disse que trabalhará pelo impeachment de Alexandre de Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu nesta segunda-feira (4) novas medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além da decretação de prisão domiciliar por tempo indeterminado, o ex-presidente está proibido de receber visitas sem autorização do STF e de usar telefone celular.
Com a decisão (acesse aqui a íntegra do documento), somente os advogados de Bolsonaro e as pessoas que moram com o ex-presidente podem ter contato com ele. Estão nessa situação a ex-primeira dama Michele Bolsonaro e a filha do casal.
Além disso, as pessoas que forem autorizadas a visitar o ex-presidente não poderão usar o celular, tirar fotos ou gravar imagens.
Continuam mantidas as cautelares decretadas no mês passado contra Bolsonaro:
Proibição de manter contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Receber visitas de investigados nas ações penais da trama golpista.
Proibição de aproximação e acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros.
Entenda
No mês passado, Moraes determinou diversas medidas cautelares contra Bolsonaro, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica e restrição ao uso de redes sociais, incluindo perfis de terceiros.
Na decisão proferida hoje, o ministro destacou que Flávio Bolsonaro e outros dois filhos do ex-presidente, Carlos e Eduardo, publicaram em suas redes sociais postagens de agradecimento de Bolsonaro aos apoiadores que compareceram aos atos realizados ontem (3). Dessa forma, segundo Moraes, houve descumprimento das restrições determinadas anteriormente.
As medidas cautelares foram determinadas no inquérito no qual Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo, é investigado pela sua atuação junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo. Em março deste ano, Eduardo pediu licença do mandato parlamentar e foi morar nos Estados Unidos, sob a alegação de perseguição política.
Nesse processo, o ex-presidente é investigado por mandar recursos, via Pix, para bancar a estadia de seu filho no exterior. Bolsonaro também é réu na ação penal da trama golpista no Supremo. O julgamento deve ocorrer em setembro.