Domingo, 16 de março de 2025

Líder do PT luta para o partido não perder espaço no governo Lula

O líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR), disse que defenderá a manutenção dos espaços do partido no Poder Executivo. A declaração vem em meio a negociações para PP e Republicanos entrarem na aliança de governo, possivelmente em cargos hoje ocupados por petistas.

Uma das pastas que estão na mira do Centrão é a do Desenvolvimento Social, comandada pelo petista Wellington Dias, quadro histórico da sigla. Zeca afirmou, contudo, que vai aceitar a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a correlação de forças nos ministérios. O próprio Lula declarou, no entanto, que não pretende mexer no Desenvolvimento Social.

“Obviamente, como líder do PT, é minha obrigação – e eu vou sempre cumpri-la – defender que os espaços que são de direito do PT sejam mantidos e sejam preservados”, declarou o deputado. “Agora, não acho que as coisas são contraditórias ou incoerentes. Eu confio muito e vou sempre apoiar a decisão final do presidente Lula”, emendou. O petista se disse a favor da entrada de mais partidos na coalizão governista, mas ponderou que Wellington Dias é um dos ministros mais importantes da Esplanada por ter o Bolsa Família sob seu guarda-chuva.

A pouco mais de um ano das eleições municipais, Zeca se mostrou disposto a concorrer à prefeitura de Curitiba. Na avaliação do deputado, o PT está atrasado nas articulações e deveria lançar candidaturas em todas as cidades do País. “Cada vez mais a nossa presidente (Gleisi Hoffmann), a Executiva, o Diretório tem que se ocupar prioritariamente com isso. Partido é para cuidar da eleição, o governo é para cuidar da vida das pessoas, do funcionamento do País”, argumentou.

Veja os principais trechos da entrevista:

1) Lula tem negociado ministérios para partidos como PP e Republicanos. Chegou a hora de o Centrão entrar no governo?

Essa decisão foi tomada em dezembro pelo presidente Lula de fazer um governo muito amplo. O que é importante é fazer isso com critério, com transparência, dentro de um padrão de decência, de coerência, que não se pode fugir e de que não se está fugindo. Sou a favor que aconteça isso, que a gente tenha uma base parlamentar de partidos dentro do governo o maior possível. Não tem que haver restrições para isso. Obviamente, como líder do PT, é minha obrigação, e eu vou sempre cumprir, defender que os espaços que são de direito do PT sejam mantidos e sejam preservados.

2) Quais são os espaços de direito do PT?

Todos (os ocupados hoje). Não tem eu como líder do PT ser a favor que alguém deixe de ocupar um espaço importante. Esse é o papel de quem quer entrar. Agora, não acho que as coisas são contraditórias ou incoerentes. Eu confio muito e vou sempre apoiar a decisão final do presidente Lula. Se ele decidir que ninguém do PT sai do governo e vai mexer em outros espaços, ótimo, vai ter meus aplausos, meu apoio e minha concordância. Se ele decidir que tem que ser alguém do PT, e eu não vou fulanizar, ótimo, vai ter meu apoio e tenho certeza que vai ter apoio de toda a bancada.

3) Teria um desgaste dentro PT se o partido tivesse que ceder esses espaços?

Não sei se teria um desgaste, a gente não sabe qual vai ser a decisão. Eu sou, desde antes, a favor dessa amplitude. Eu só não posso, como líder do PT, sair eu primeiro já cedendo e concordando. A decisão é do presidente Lula.

4) O PT está lutando para manter Wellington Dias no Desenvolvimento Social?

Com certeza. Wellington é um dos maiores vencedores nossos. Foi governador quatro vezes, fez o sucessor em todas as vezes. Se elegeu senador, deu ao presidente Lula acho que a segunda maior votação de todo o País e é muito habilidoso do ponto de vista de gestão, de administração, de condução. Ele é uma das figuras mais importantes, mais emblemáticas e está desempenhando um papel importante, entre outras coisas, por estar tocando com qualidade o maior programa nosso, que é o Bolsa Família.

5) O que explica a demora na nomeação do Celso Sabino para o Ministério do Turismo? Já se sabe que ele será o novo ministro…

Estamos ainda em julho, o governo está só começando. Agora está tudo muito calmo. Há uma relação mais bem estabelecida do ponto de vista da confiança, tanto de quem está aqui no Congresso, dos líderes, dos partidos, quanto de quem está lá no governo coordenando as ações, a política. A minha avaliação depois dessa última semana de muitas votações é que cimentou. Já havia uma sinergia, mas agora a coisa está muito bem solidificada. Acho que o governo vai ter uma ampla base para os próximos três anos e meio.

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