Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de fevereiro de 2022
Os quatro grandes bancos do País de capital aberto tiveram lucro líquido somado de R$ 81,6 bilhões em 2021, um salto de 32,5% em relação ao ano anterior, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica.
Trata-se do melhor resultado nominal (sem considerar a inflação) já registrado pelos grandes bancos com capital aberto na bolsa. O lucro conjunto de 2021 superou inclusive o resultado de 2019 (R$ 81,5 bilhões) – o maior até então.
O levantamento considera os demonstrativos financeiros contábeis disponibilizados pelo Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander desde 2006.
Em valores ajustados pela inflação medida pelo IPCA, porém, o resultado do ano passado foi o quarto maior, atrás do registrado em 2019 (R$ 93,7 bilhões), 2015 (R$ 84,3 bilhões) e 2018 (R$ 82,8 bilhões).
Itaú lidera
O maior lucro entre os grandes bancos em 2019 foi o do Itaú, que registrou ganhos de R$ 24,98 bilhões, o segundo maior resultado nominal da história de um banco brasileiro de capital aberto, atrás apenas do lucro registrado pelo Itaú em 2019 (R$ 26,5 bilhões).
O Bradesco registrou um lucro líquido R$ 21,9 bilhões no ano passado, uma alta de 32% na comparação com 2020.
O terceiro lugar fica com Banco do Brasil, com ganhos de R$ 19,7 bilhões, com um salto de 55,2%. Por fim, o Santander acumulou R$ 14,98 bilhões no ano passado.
O crescimento do lucro dos bancos em 2021 foi impulsionado pelo avanço das carteiras de créditos, pela redução nas despesas com provisões de crédito e pelo aumento nas receitas de prestação de serviços em meio a um cenário de elevação da taxa básica de juros.
No 4º trimestre, o lucro dos quatro bancos somou R$ 18,5 bilhões, um recuo de 13% na comparação com os R$ 21,3 bilhões do 3° trimestre.
O ano de 2021 também foi de bonança para os acionistas dos quatro bancos. No total, foram distribuídos R$ 33,4 bilhões, em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
O valor distribuído em 2021 superou os R$ 29,7 bilhões de 2020, mas ficou abaixo dos R$ 33,4 bilhões de 2019.
Juros
O Banco Central (BC) informou que o juro bancário médio com recursos livres de pessoas físicas e empresas chegou a 33,9% ao ano em dezembro do ano passado.
O juro bancário médio com recursos livres não conta os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No fechamento de 2020, o juro bancário médio estava em 25,5% ao ano. Com isso, foi registrado um aumento de 8,4 pontos percentuais em 2021 — a maior variação desde 2015, quando a taxa cresceu 9,9 pontos percentuais. Ou seja, em seis anos.
O crescimento do juro bancário também superou, no ano passado, a alta da taxa básica de juros definida pelo Banco Central para tentar conter a inflação. A Selic avançou de 2% para 9,25% ao ano em 2021, uma alta de 7,25 pontos percentuais.
Ao atingir 33,9% ao ano no fim de 2021, os juros bancários alcançaram o maior patamar desde fevereiro de 2020, quando estavam em 34,1% ao ano.