Quinta-feira, 05 de junho de 2025

Lula admite preocupação com a extrema-direita, manda recado a aliados e afaga Congresso e Judiciário

Na convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), realizada no último domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o palanque ao lado do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, para enviar três recados políticos claros. A fala, cuidadosamente estruturada, mirou diretamente sua base aliada, o Congresso Nacional e o Judiciário, em um momento marcado por tensão institucional e articulações de olho em 2026.

Recado aos aliados

O primeiro recado foi direcionado à própria base de apoio. Lula verbalizou publicamente sua preocupação com o avanço da extrema-direita no Senado, um tema que tem sido debatido nos bastidores do Palácio do Planalto. O alerta de Lula foi interpretado como um chamado à unidade no campo progressista, em meio à reorganização política que antecede o próximo ciclo eleitoral.

A menção ao crescimento da direita não causou surpresa entre observadores mais atentos da cena política. Recentemente, surgiram especulações sobre a candidatura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ao Senado por São Paulo. A possível candidatura seria uma estratégia do PT para fortalecer sua presença no Congresso e conter o avanço da oposição conservadora.

Recado ao Congresso

O segundo recado teve como alvo o Congresso Nacional, em especial a Câmara dos Deputados. Lula fez elogios públicos ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Comissão de Orçamento. O gesto foi lido como um aceno em meio à recente crise envolvendo o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi implementado sem aviso prévio ao Legislativo.

Durante o discurso, o presidente admitiu que o governo errou ao não comunicar antecipadamente a medida ao Congresso, o que gerou desgaste político e críticas de parlamentares da base. Ao reconhecer o erro, Lula tentou estancar a crise e mostrar disposição para melhorar o diálogo institucional com o Legislativo.

Recado ao Judiciário

O terceiro e último recado foi dirigido ao Judiciário, especialmente ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Lula saiu em defesa do magistrado, que vem sendo alvo de ataques e ameaças de parlamentares dos Estados Unidos, alinhados ao bolsonarismo e à extrema-direita global.

“A Justiça brasileira não precisa de tutelas externas”, afirmou Lula, numa fala com endereço certo, reafirmando a soberania das instituições brasileiras frente a pressões estrangeiras.

Daqui para frente

Para aliados próximos, os três recados funcionaram como um freio de arrumação. Representam um presidente que pretende ocupar mais espaço no debate público, conter ruídos dentro e fora do governo, e reforçar sua posição em meio à crescente antecipação do cenário eleitoral de 2026. (As informações são do blog da Andréia Sadi no G1)

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