Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024

Lula aprende a conviver com juros altos, e fogo amigo abate ânimo do ministro da Fazenda

O Copom elevou a taxa de juros para 11,25%, em decisão unânime. A carestia foi um fator determinante na vitória republicana nos Estados Unidos, assim como em 1981, quando ajudou Ronald Reagan a derrotar Jimmy Carter. Lula aprendeu a conviver com juros altos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrentou um momento difícil durante um bate-boca com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre a multa de 40% sobre o FGTS paga pelos patrões quando demitem um empregado sem justa causa. O episódio serve de lição para a equipe econômica, pois mostra que não adianta anunciar medidas que não têm aderência à realidade.

A equipe econômica vinha falando sobre a multa do FGTS associando-a a medidas de combate aos supersalários de hierarcas, mas Haddad afirmou que “não adianta você anunciar uma coisa que não tem aderência”, referindo-se à promessa de déficit zero.

Semana atribulada

Haddad retornará a Brasília nesta segunda-feira (11) com o objetivo de avançar nas negociações sobre um pacote de cortes de gastos com o presidente Lula. Desde o final de novembro, mais de 20 horas de reuniões foram realizadas com ministros e representantes sindicais para discutir as medidas. O anúncio das propostas pode demorar alguns dias, dependendo das conversas entre Haddad e os presidentes do Senado e da Câmara.

A busca por medidas estruturais que garantam economias permanentes nas contas públicas é uma prioridade para Haddad e a ministra do Planejamento, Simone Tebet. Contudo, há resistência de ministros de outras pastas em relação a mudanças que possam impactar suas áreas. Entre as principais propostas em análise estão alterações no Fundeb, no Abono Salarial, no seguro-desemprego e no Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Embora o governo não esteja considerando desvincular o pagamento do salário mínimo aos aposentados do INSS, a possibilidade de limitar a indexação do salário mínimo a um teto de 2,5% ainda está em discussão. O mercado financeiro estima que a União precisará economizar cerca de R$ 25 bilhões no próximo ano e apresentar mais R$ 30 bilhões em propostas estruturais para restaurar a confiança nas contas públicas.

Endividamento

Os dados mais recentes mostram que o endividamento bruto do governo atingiu 78,5% em agosto, enquanto o déficit primário foi de 2,26% nos 12 meses encerrados no mesmo mês. A inflação está acima do limite da meta estabelecida, e o Banco Central tem aumentado a taxa Selic, o que pressiona ainda mais a dívida pública. Nesse contexto, o corte de gastos é visto como uma solução essencial para a economia, ajudando a reduzir o déficit e a controlar a inflação. Líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) reconhecem a gravidade da situação econômica, mas afirmam que é preciso encontrar soluções que não penalizem apenas os mais vulneráveis.

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