Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 18 de abril de 2025
No esforço para melhorar a popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia apoiar a criação de um plano de saúde popular, de até 100 reais, para cobrir consultas e exames. O serviço tem potencial para atender 50 milhões de novos clientes.
A ideia é incluir a criação do plano na carona do pacote que envolve o projeto do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que prevê transferir atendimentos do SUS para hospitais privados.
O tema já foi tratado por Lula e pela Casa Civil e será a primeira missão do petista Wadih Damous como diretor-geral da ANS.
Atual secretário nacional do Consumidor, no Ministério da Justiça e Segurança
Pública, Damous foi indicado pelo presidente para comandar a Agência Nacional de Saúde Suplementar em dezembro do ano passado e ainda aguarda ser sabatinado na Comissão de Assuntos Sociais do Senado.
Fila do SUS
Um ano após ser lançado, o programa Mais Acesso à Especialistas foi de aposta eleitoral à dor de cabeça para o governo, que ainda não conseguiu que a iniciativa deslanche. Sob nova direção, agora com Alexandre Padilha, o Ministério da Saúde se debruça em uma reestruturação completa da política pública, mirando torná-la uma das marcas do terceiro mandato do petista.
O plano inclui até mesmo levar usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar procedimentos, como exames e cirurgias, na rede privada. Também está previsto uma mudança de nome, para um com mais apelo, como forma de popularizá-lo.
O foco das mudanças em discussão é dar uma guinada no modelo do programa, investindo em parcerias com planos de saúde. Além disso, a nova estratégia prevê a contratação de equipes médicas e a ampliação dos mutirões de consultas e cirurgias no país.
O programa foi criado com o objetivo de reduzir as filas do SUS em cinco áreas com mais demanda – oncologia, oftalmologia, cardiologia, ortopedia e otorrinolaringologia. O tempo médio de espera para uma consulta no SUS nunca foi tão longo. Números do Ministério da Saúde obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que pacientes precisaram aguardar, em média, quase dois meses (57 dias) para serem atendidos em 2024.
Promessa de campanha de Lula em 2022, a redução nas filas do SUS virou uma obsessão do petista. A demora em dar resultados foi apontado como motivo-chave que levou à queda de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, no fim de fevereiro.
Padilha assumiu a pasta tendo como prioridade turbinar o programa. Sua equipe tem levado ao Palácio do Planalto propostas de como ampliar o uso da rede privada para acelerar os atendimentos. Uma das ideias em estudo é trocar as dívidas de operadoras com órgãos do governo federal, com a Receita Federal e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por cirurgias de especialidades que tenham maior gargalo em determinadas regiões. Com isso, o governo levaria o usuário do SUS para fazer o procedimento dentro de um hospital da rede privada, por exemplo. (Com informações da revista Veja e do jornal O Globo)