Terça-feira, 04 de novembro de 2025

Lula chama de “matança” operação no Rio que deixou 121 mortes e pede investigação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4), em entrevista a correspondentes internacionais, que a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro na semana passada foi uma “matança” e pediu uma investigação sobre o assunto. A operação, chamada de Contenção, foi realizada pelas polícias militar e civil do Rio, e deixou 121 mortos.

“Houve uma matança e creio que é importante investigar em que condições ocorreu”, disse Lula, de acordo com a agência AFP. É a primeira fala pública do presidente sobre a operação policial realizada pelo governo do adversário Cláudio Castro (PL).

De acordo com Lula, “até agora só temos a versão do governo estadual, e tem gente que quer saber como tudo aconteceu”.

“O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou Lula em entrevistas a agências internacionais em Belém, cidade que vai sediar a COP30 nas próximas semanas.

Lula disse que o governo federal já está “tentando (fazer) essa investigação”.

“Estamos tentando, inclusive, ver se é possível os legistas da Polícia Federal participarem do processo de investigação da morte. A decisão do juiz era uma ordem de prisão. Não tinha ordem de matança e houve uma matança. É importante a gente verificar em que condições ela se deu”, ressaltou o presidente.

No dia da operação, Castro chegou a criticar a suposta falta de colaboração do governo federal com as forças de segurança estaduais, por ter tido seus pedidos de blindados negados três vezes. O próprio Castro, no entanto, admitiu que não tem a intenção de pedir ao governo federal a decretação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), requisito para a cessão dos blindados.

Ainda na semana passada, Castro e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram a criação de Escritório de Combate ao Crime Organizado para “eliminar barreiras” entre os governos estadual e federal. O grupo será comandado pelo secretário de Segurança Pública do Rio, Victor Cesar Santos, e pelo secretário nacional de Segurança Pública, Mário Luiz Sarrubbo. O anúncio foi feito após uma reunião entre os entes federativos. Além disso, o Estado poderá recrutar peritos criminais da União e aumentar o efetivo da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal no Rio. Há o entendimento também de aumentar as ações de inteligência da Polícia Federal para sufocar o braço financeiro das quadrilhas.

 

(Com O Globo)

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