Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 13 de agosto de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez acenos a adversários políticos durante a cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Theatro Municipal do Rio. Lula se mostrou incomodado com algumas vaias direcionadas ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O governo negocia com o parlamentar uma reforma ministerial para acomodar o Centrão.
O presidente disse que Lira é “adversário político desde que o PT foi fundado”, numa referência à polarização política em Alagoas – onde o presidente da Câmara rivaliza com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado de Lula.
“ Mas quando termina a eleição e cada um assume seu posto, ele não está aqui como Arthur Lira, está como presidente de uma instituição. Não é o Lira que precisa de mim. Eu é que, para muitos projetos apresentados por nossos ministros, preciso dele para colocar em votação”, declarou.
Reunião
Fontes que participam da negociação entre congresso e planalto afirmaram que Lula deverá chamar Arthur Lira, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e os indicados aos ministérios Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) e André Fufuca (PP-MA) para reunião na próxima terça (15) ou quarta-feira (16).
No encontro, o presidente da República deverá apresentar as alternativas possíveis do novo desenho da Esplanada dos Ministérios, acomodando os partidos do Centrão.
O retorno de Lula é aguardado há mais de um mês, desde a reunião do dia 7 de julho, quando Fufuca foi o nome indicado pelo Progressistas para chefiar o Ministério do Desenvolvimento Social e Silvio Costa Filho foi indicado pelo Republicanos para a pasta do Esporte.
Ronaldo Caiado
Falando de improviso antes de iniciar seu discurso sobre o novo PAC, Lula também pregou respeito a Caiado, recordando os embates entre o atual governador de Goiás, com base eleitoral ligada ao agronegócio, e o PT durante os trabalhos da Assembleia Constituinte de 1987. Lula e Caiado também foram adversários nas urnas, na eleição presidencial de 1989, vencida por Fernando Collor de Mello.
“Eu e Caiado temos oposição desde 1989, aliás, desde a Constituinte, quando ele representava o agronegócio que naquele tempo não se chamava assim. Mas temos que nos encontrar de forma civilizada, (falar) “tudo bem, Caiado, vamos tomar uma cerveja?”, falou Lula.
Castro vaiado
O presidente também ficou incomodado com as vaias dirigidas ao governador do Rio, Cláudio Castro (PL) — que ouviu apupos de apoiadores do presidente nas quatro vezes em que foi mencionado. Lula deu um puxão de orelha no público e pediu uma postura “civilizada”.
“A gente vai ter que aprender algumas lições. Quando fazemos ato como esse, não é para nós do PT. Esse ato é para a sociedade brasileira. Temos que compor com as pessoas que fazem parte da sociedade”, afirmou Lula.