Domingo, 03 de agosto de 2025

Lula cobra o PT por desempenho eleitoral: “Se fôssemos bons como pensamos, teríamos eleito mais”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou, durante evento nacional do PT, neste domingo (3), que o partido trabalhe para garantir um melhor desempenho nas eleições de 2026, e consiga eleger mais parlamentares.

Essa é uma demanda antiga do presidente, que cobra participação da base no Congresso para aprovar pautas importantes para a esquerda.

“Nessa eleição, o nosso partido só elegeu 70 deputados de 513. Se fossemos bons como nós pensamos que somos, teríamos eleitos uns 140 pelo menos, 150. Mas esse não é um defeito só do PT, é de toda a esquerda”, disse.

Nas eleições de 2022, o partido que conseguiu eleger a maior base na Câmara dos Deputados foi o PL, com 99 vagas. A legenda ficou à frente do à frente de PT (68), União Brasil (59), PP (47) e MDB (42). O PL é o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que se candidatou à reeleição em 2022.

“De senadores, de 81, o PT só elegeu 9. Essa ressonância magnética política é que norteia as ações politicas do governo. É quando preciso mandar uma medida provisória pro Congresso Nacional, um projeto de lei, eu tenho que mandar sabendo o numero de votos que tenho lá”, ponderou.

O governo tem enfrentado dificuldades em aprovar matérias de interesse no Congresso e os últimos meses têm sido de grandes derrotas.

A principal derrota do governo neste ano foi a derrubada do decreto que previa aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em um intervalo pequeno, as duas Casas aprovaram a derrubada de três decretos editados para aumentar o IOF.

Além disso, o Congresso também derrubou diversos vetos que Lula tinha feito a projetos aprovados nas Casas.

“E se depender só de nós, a gente não aprova nada. Se depender só daqueles que apoiam a gente, a gente também não aprova nada”, cobrou.

O petista tem investido, durante discursos à base do partido, que as lideranças invistam em conquistar mais vagas no Congresso nas eleições de 2026.

Em várias ocasiões, Lula pediu compreensão com o governo, que tem dificuldades em aprovar pautas no Legislativo.

“Quando você ganha, você tem que cair na real, senão você não governa. Não preciso saber se o presidente da Câmara gosta de mim, se o presidente do Senado gosta de mim, eu tenho que saber que ele é presidente de uma instituição, que deu a legalidade a ele de ser eleito. E que, portanto, eu preciso mais dele do que ele de mim”, destacou.
Lula também tem buscado dialogar com os presidentes e as lideranças dos partidos no Congresso, em busca de ‘afinar a relação’ entre o governo e a base governista.

Em abril, o presidente participou de encontros com os presidentes e parlamentares tanto do Senado quanto da Câmara.

Aumento no número de deputados

Durante o evento, o presidente também comentou sobre a decisão de vetar o projeto que prevê o aumento no número de deputados. Para Lula, a proposta não “é o que o Brasil está precisando”.

“A gente tem que se adequar, alguns vão perder. Qual é o problema? Eu vetei [o projeto] e o Congresso tem o direito de derrubar o veto. Vamos ver o que vai acontecer”, disse o presidente.

A proposta havia sido aprovada pelo Congresso como forma de cumprir uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a redistribuição das cadeiras da Câmara com base nos dados do Censo Demográfico de 2022.

A Constituição determina que a representação por estado seja proporcional à população — com o mínimo de 8 e o máximo de 70 deputados.

Na justificativa do veto, o governo argumentou que a proposta “não observou os princípios da eficiência e da responsabilidade fiscal” e que a ampliação geraria aumento de despesas com impacto no orçamento público.

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