Domingo, 13 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de novembro de 2022
O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), convidou o União Brasil para fazer parte da base do futuro governo. O petista se reuniu nessa terça-feira (29) com os líderes do partido na Câmara e no Senado, Elmar Nascimento (BA) e Davi Alcolumbre (AP), no hotel em que ele está hospedado, na região central de Brasília. Os parlamentares ouviram a proposta, mas não bateram martelo sobre a adesão.
Lula fará uma série de conversas com outros líderes partidários e, só então, retomará essa conversa. Na reunião, “questões objetivas” teriam ficado de fora. Ou seja, não houve menção a espaço e participação do União Brasil no governo.
No início desta tarde, Lula também se reuniu a portas fechadas com aliados escalados para comandar a área de economia na transição. O encontro reuniu o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e nomes como Pérsio Arida, Guilherme Mello, Gabriel Galípolo e Nelson Barbosa. Além deles, Fernando Haddad (PT), o favorito para ocupar o posto da Fazenda, esteve presente.
Essa é a primeira vez que o ex-prefeito de São Paulo participa de uma reunião oficial da área econômica. Haddad vem tentando vencer as resistências de agentes econômicos que veem com desconfiança a sua indicação para ocupar o principal posto da Esplanada.
Apoio do PSD
Mais tarde, Lula também se reuniu com parlamentares do PSD. O partido de Gilberto Kassab é um dos que devem se aliar ao governo do PT no Congresso a partir de 2023. Participaram do encontro os senadores do partido Otto Alencar (BA), Omar Aziz (AM), Irajá (TO), Alexandre Silveira (MG), Sérgio Petecão (AC) e Carlos Fávaro (MT). Também compareceram o líder do partido na Câmara, Antonio Brito (BA), e outros deputados.
Segundo Alencar e Brito, a conversa incluiu, mas não se restringiu à PEC da Transição. A bancada do partido, diz Alencar, é unânime ao apoiar a proposta de emenda à Constituição – mas há discordâncias sobre a extensão de tempo que o Bolsa Família ficaria fora do teto de gastos.
O líder da Câmara disse que a maioria dos deputados da bancada do partido também votará à favor da PEC. Segundo Antonio Brito, mais de 60% dos deputados do PSD apoiarão a proposta. Os parlamentares afirmaram ainda que o presidente do PSD e ex-ministro Gilberto Kassab avaliza as negociações do partido com Lula.
PEC da Transição
Além de formar uma base, entre as preocupações do presidente está a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que libera o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família aos mais vulneráveis. O assunto, além de ser acompanhado por petistas que trabalham na articulação política, também é detalhado e debatido por nomes da área econômica.
Segundo o deputado José Guimarães (PT-CE), a presença de Lula em Brasília ajudou a destravar as negociações para a tramitação da PEC e da construção da base do governo.
“A PEC andou bastante com essas reuniões todas, especialmente com essa do PSD. Depois, ficou a discussão sobre o interesse deles em ajudar a nova governabilidade, querem contribuir”, disse Guimarães.