Domingo, 09 de novembro de 2025

Lula defende que Mercosul e União Europeia digam “sim” ao comércio internacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste domingo (9) que o Mercosul e a União Europeia aproveitem a próxima Cúpula do bloco sul-americano, em dezembro, para selar um acordo comercial “baseado em regras” e “em resposta ao unilateralismo”.

“Na próxima Cúpula do Mercosul, em dezembro, espero que os dois blocos possam finalmente dizer sim para o comércio internacional baseado em regras como resposta ao unilateralismo”, afirmou Lula, ao discursar na da IV Cúpula CELAC-UE, na Colômbia.

Segundo o presidente, o instrumento possibilitará a formação de um mercado de 718 milhões de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB) de 22 trilhões de dólares. As declarações foram dadas durante participação na 4ª Cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, em Santa Marta, na Colômbia, neste domingo (9).

Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula criticou a intervenção militar em países da América Latina e do Caribe e afirmou que manobras retóricas antigas são utilizadas para justificar “intervenções ilegais”.

“A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional”, disse o presidente.

Os governos dos Estados Unidos e da Venezuela têm trocado ameaças após a intensificação de ataques militares norte-americanos a embarcações na região caribenha.

Os americanos afirmam que os ataques fazem parte do combate ao narcotráfico e já deslocaram grande efetivo militar para a região. Trump já disse que o regime de Maduro no país sul-americano está “com os dias contados” e não descartou ações terrestres.

Já o governo de Maduro afirma que os americanos estão agindo para desestabilizar o regime –inclusive com participação da CIA, a agência de inteligência norte-americana – e acusa Trump de estar “fabricando” uma nova guerra.

Em entrevista a agências internacionais nesta semana, Lula lembrou que já havia tratado do tema com o ex-presidente Donald Trump.

“Tive a oportunidade de conversar com Trump sobre esse assunto, dizendo que a América Latina é uma zona de paz. Aqui não proliferaram armas nucleares. No caso do Brasil, é constitucional, e eu tenho orgulho de ter votado para que não houvesse proliferação de armas atômicas e nucleares no país”, disse o presidente.

Em seu discurso, Lula defendeu a integração entre os países para atacar as organizações criminosas. Entre as propostas intercâmbio de informações e operações conjuntas como formas de trabalho conjunto para atacar as organizações criminosas.

“Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente. Ações coordenadas, intercâmbio de informações e operações conjuntas são fundamentais para que a gente consiga vencer”, destacou o presidente.

Além disso, Lula voltou a repetir que para o combate ao crime organizado ser efetivo é preciso atacar o “financeiro” das organizações.

“É preciso reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas. O alcance transnacional do crime coloca à prova nossa capacidade de cooperação”, defendeu o presidente.

Sem mencionar nenhum país, o petista afirmou que a intolerância tem ganhado força e “impedido que diferentes pontos de vista se sentem à mesma mesa”.

“Voltamos a conviver com as ameaças do extremismo político, da manipulação da informação e do crime organizado”, acrescentou Lula.

Segundo o presidente, “projetos pessoais de apego ao poder solapam a democracia”. “Estamos deixando de cultivar nossa vocação de cooperação e permitindo que conflitos e disputas ideológicas se imponham”, completou.

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