Domingo, 21 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 30 de julho de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou nas redes sociais uma foto em que aparece ao lado do economista Marcio Pochmann, escolhido pelo mandatário para a presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A publicação foi feita no final da semana para divulgar uma reunião ocorrida no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, onde Lula se recupera de um procedimento feito para aliviar dores no quadril.
Segundo o mandatário, o encontro buscou debater o mercado de trabalho. “Reunião de debate e trabalho para elaboração de propostas para um futuro com empregos de qualidade e com direitos, iniciativa que estamos construindo em parceria com o governo do presidente Joe Biden”, escreveu no Twitter.
Na prática, o encontro sinaliza apoio de Lula a Pochmann e ocorre um dia depois da ministra Simone Tebet (MDB), chefe do Ministério do Planejamento, que abrange o IBGE, admitir que não havia sido informada da escolha do economista para o cargo.
“Vou ouvi-lo primeiro. Eu não quero saber do passado, quero saber do presente. A conversa será técnica, e ele será tratado como técnico e será muito bem-vindo para a nossa equipe. E continuará no IBGE, enquanto estiver atendendo aos interesses da sociedade brasileira”, disse Tebet.
Embora Marcio Pochmann ainda não tenha sido nomeado por Lula, ele já foi indicado ao cargo, o que ascende críticas à escolha do petista.
Cessar críticas
A operação para estancar as críticas à indicação de Marcio Pochmann como presidente do IBGE levou a um mal-estar entre os ministros. Lula já havia determinado que fosse feita uma operação para cessar as críticas à indicação de Pochmann. O presidente é extremamente grato a Pochmann, tem uma relação pessoal com ele e estava determinado a indicá-lo ao posto. Mas estava incomodado com as críticas desferidas ao economista.
Logo após a orientação do presidente, o ministro Paulo Pimenta foi a público, já no final da tarde de quarta, oficializar o nome de Pochmann para o cargo. Ocorre que Simone Tebet não havia sido informada de que o nome sairia na quarta – o que, segundo aliados, a deixou incomodada.
Também de acordo com aliados da ministra, ela não saberia da indicação para o posto – só saberia que o presidente iria indicar alguém na sua cota pessoal. A informação é questionada por integrantes do Palácio do Planalto, que dizem que ela foi, sim, informada de que seria Pochmann desde a semana anterior. Segundo uma fonte do Palácio do Planalto, ela teria saído contrariada da reunião com o presidente Lula porque a escolha representa uma ingerência no seu Ministério.
Gratidão
Lula é grato a Pochmann porque o economista, além de contribuir há tempos com o PT na discussão econômica, foi presidente do Instituto Lula no momento mais complicado para o presidente, na esteira da prisão dele – posto que ocupa até agosto, quando haverá troca na presidência do instituto. E também se colocou à disposição para disputar a prefeitura de Campinas, em 2016, quando o partido passava por uma crise e havia resistência entre os políticos para encampar uma candidatura pela legenda petista.