Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 19 de abril de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesSa quarta-feira (19) que “andava magoado” com o Exército, mas decidiu ir a cerimônia no quartel-general para mostrar que não “guarda rancor”.
O presidente deu a declaração em evento no Palácio do Planalto em que anunciou recomposição de verbas para o orçamento do ensino superior.
Mais cedo, Lula compareceu a cerimônia em comemoração do Dia do Exército.
“Eu quero dizer para vocês que hoje foi dia do Exército brasileiro. E todo mundo sabe o quanto que eu andava magoado com os militares neste país por conta de tudo que aconteceu. E eu fiquei à noite pensando: ‘Vou ou não vou?’. Tomei a decisão de ir. E acho que foi Deus que me ajudou a decidir, porque eu fui para mostrar :”Eu não guardo rancor’”, afirmou o presidente.
Lula não citou especificamente quais fatos o levaram a ficar magoado com o Exército.
Em vídeo divulgado pela CNN Brasil, o general Gonçalves Dias, que chefiava o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), aparece circulando entre invasores do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro. Dias pediu demissão na tarde desta quarta.
Militares das Forças Armadas são investigados por suspeitas de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Fé na democracia”
O comandante do Exército, Tomás Miguel Ribeiro Paiva, afirmou nessa quarta que a instituição é “apolítica, apartidária, imparcial e coesa” e pediu aos militares que tenham “fé nos princípios democráticos”.
A declaração do general Tomás Paiva constava do texto da “Ordem do Dia” relativa ao Dia do Exército, publicado no site do Exército Brasileiro. A mensagem também foi lida na solenidade militar em comemoração à data no Quartel-General, em Brasília, com a presença do presidente Lula.
No texto divulgado, Paiva destacou que o Exército deve ser uma instituição sem lado político. “O Exército imortal de Caxias, Instituição de Estado, apolítica, apartidária, imparcial e coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão, completa 375 anos de história. Sua existência está alicerçada em valores e tradições, bem como comprometida com a defesa da Pátria, da independência, da República e da democracia”, disse o comandante.
“Tenhamos fé nos princípios democráticos, na resiliência e solidariedade do povo brasileiro e no valor profissional dos nossos militares”, diz outro trecho da mensagem assinada pelo comandante do Exército.
Paiva também disse aos subordinados que é preciso “encontrar os melhores caminhos” para o cumprimento das missões dos militares, que devem ser balizados “pelo respeito à população, às instituições e, sobretudo, à Constituição”.