Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Lula diz que mundo precisa estar preparado para combater extrema direita: ‘Há uma corrente nazista, fascista e negacionista’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o mundo precisa estar preparado para evitar o avanço da extrema direita “nazista, fascista, negacionista”. Ao lado de ministros e parlamentares brasileiros, Lula discursou em um encontro com a comunidade brasileira em Paris, na França, e afirmou que a democracia deve ser levada “muito a sério”.

“Se a gente não tomar cuidado e levar democracia muito a sério, a gente está arriscado a perder tudo que a gente construiu na democracia que nós aprendemos a construir depois da Segunda Guerra Mundial. Estejam preparados porque há uma corrente no mundo de uma extrema direita nazista, fascista, negacionista, que nega as instituições, que nega política, sindicatos, cultura. Só tem um discurso: aqui na Europa, contra imigração e contra corrupção, não tem dois discursos. E isso está ganhando corpo em muitos países”, disse.

Lula também citou no nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro ao afirmar que em algum momento o capitão reformado será julgado por sua conduta durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. O presidente também citou que Bolsonaro não acredita nas mudanças climáticas e dos seus riscos para o futuro da humanidade:

“No Brasil, Bolsonaro, haverá um dia em que ele será julgado como criminoso por não respeitar a ciência e permitir que no Brasil morressem mais de 700 mil pessoas de Covid quando ele orientava as pessoas a tomarem remédio que cientificamente não servia para combater a Covid, quando fazia discurso para que as pessoas não tomassem vacina porque fazia virar gay, virar mulher, virar jacaré. Na questão da doença e também na questão do clima, eles não acreditam que mundo está com problema, que estamos vivendo crise climática capaz de colocar a humanidade em risco”, afirmou.

“Abra seu coração”

O presidente Lula falou à imprensa nesta quinta-feira (5), em Paris, após se reunir com o presidente da França, Emmanuel Macron. Ao abrir o discurso, Lula afirmou que Macron o recebeu “com a hospitalidade que somente um grande amigo pode oferecer”.

Ao mesmo tempo, cobrou publicamente o apoio da França ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo.

“Eu assumirei a presidência do Mercosul no próximo dia 6. Eu quero lhe comunicar que não deixaria a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia. Portanto, meu caro, abra o seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com o nosso querido Mercosul”, disse.

“Esta é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante do cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e protecionismo tarifário”, adicionou.

Lula afirmou que os dados da balança comercial atual mostram que Brasil e França regrediram em relação ao patamar de trocas registrado em 2012 – data da última visita de um presidente brasileiro (Dilma Rousseff, à época) à França.

“Não é possível que os valores registrados em 2024, 9 bilhões de dólares, sejam inferiores aos registrados em 2012. Significa que, no comércio, demos um passo atrás e é preciso agora dar dois passos à frente, como se estivesse dançando um bom bolero latino-americano”, disse.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Após ligação, Trump e Xi Jinping concordam em seguir conversas e trocam convites para visita
Na estreia de Carlo Ancelotti, Seleção Brasileira enfrenta o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo; acompanhe
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play