Terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Lula diz que tarifaço teve impacto “irrelevante” e que ficou amigo de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (23) que o tarifaço do governo americano às importações de produtos brasileiros teve impacto “irrelevante” e que ele e o líder dos Estados Unidos, Donald Trump, ficaram amigos.

Lula fez uma análise do cenário econômico durante cerimônia no Palácio do Planalto de assinatura do decreto que reconhece a música gospel como manifestação cultural.

“O ano termina bem. O preço do alimento está caindo, as pessoas estão voltando a acessar coisas que ficaram mais caras. Mesmo a taxação que os Estados Unidos fizeram contra o Brasil terminou sendo irrelevante”, afirmou nesta terça-feira.

Em 20 de novembro, o presidente Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada da tarifa de importação de 40% alguns produtos brasileiros como café, chá, sucos de frutas, cacau, banana, laranja, tomate e carne bovina. Trump diz que a decisão foi tomada após conversa por telefone com o presidente Lula.

Depois disso, o Palácio do Planalto passou a insistir nas negociações para que sejam retiradas alíquotas de outras exportações e revogadas as sanções da Lei Magnitsky.

Além de um encontro presencial na Malásia, Lula e Trump conversaram duas vezes ao telefone neste ano, durante movimento de aproximação entre os líderes dos dois países após as tensões causadas pelo tarifaço e pelas sanções da Lei Magnitsky.

“Quando muita gente imaginava que eu e o Trump iríamos entrar em guerra, nós terminamos virando amigos”, afirmou Lula durante o evento no Palácio do Planalto.

Exportação

De janeiro a novembro, as exportações brasileiras para o mundo somaram US$ 317,18 bilhões, com avanço de 1,8% em relação a 2024 e atingiram a maior marca em dez anos para o período.

Os efeitos negativos do tarifaço foram atenuados pela diversificação das vendas externas para outros destinos, na Ásia e América do Sul, e também pelo fato de uma parte dos setores que têm negócios com o mercado americano continuar aumentando os embarques para o país, apesar da sobretaxa.

Além disso, mais recentemente, no início de novembro, os Estados Unidos recuaram na imposição da tarifa adicional de 40% para uma lista de mais de 200 produtos, especialmente do agronegócio.

Estudo feito pela Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) revela que do total de 30 setores que exportam para os EUA, 19 venderam juntos para o mercado americano US$ 21,2 bilhões de janeiro a novembro deste ano. O recuo foi de 14,5% em relação ao mesmo período de 2024, quando não havia tarifaço.

No entanto, mesmo com o choque das tarifas que atingiu esse grupo, outros 11 setores registram avanço nas vendas para os EUA e atenuaram o tombo nas exportações totais para o mercado americano.

Juntos esses 11 setores exportaram US$ 12,9 bilhões entre janeiro e novembro deste ano e ampliaram as vendas para os Estados Unidos em 9,8% ante o mesmo período de 2024. Com isso, a queda nas exportações brasileiras totais para os EUA neste ano acabou sendo bem menor, de 6,7% no acumulado até novembro.

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