Quarta-feira, 05 de novembro de 2025

Lula diz que ‘tentações autoritárias’ desafiam democracia na América Latina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (24) que “tentações autoritárias” continuam a “desafiar” a democracia na América Latina. A fala ocorreu durante discurso na 7ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece em Buenos Aires, na Argentina.

No discurso, Lula defendeu a união dos países da região e a adoção de uma estratégia comum de desenvolvimento, que, na visão dele, “deve caminhar passo a passo com a redução da desigualdade em suas diversas dimensões”, além da garantia de direitos fundamentais, do respeito aos povos originários e do combate ao racismo.

“Nada deve nos separar, já que tudo nos aproxima. Nosso passado colonial. A presença intolerável da escravidão que marcou nossas sociedades profundamente desiguais. As tentações autoritárias que até hoje desafiam nossa democracia”, disse Lula.

O que é Celac

A Celac é um grupo composto por 33 países da região latino-americana e caribenha. O Brasil deixou bloco em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas retornou este ano.

A fala de Lula ocorre em meio a tensões provocadas pelos atos golpistas de 8 de janeiro, quando bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF).

Acontece ainda em meio a uma crise de confiança envolvendo o governo petista e os militares. Na semana passada, Lula anunciou a troca do comandante do Exército.

O presidente agradeceu o apoio que recebeu dos países da Celac após os atos golpistas de 8 de janeiro.

“Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, afirmou.

Integração

O presidente Lula disse ainda que os países da Celac se unem pela “imensa riqueza cultural dos nossos povos indígenas e da diáspora africana”, “a diversidade de raças, origens e credos” e “a história compartilhada de resistência e de luta por autonomia”.

“Tudo isso nos faz sentir parte de algo maior e alimenta nossa busca por um futuro comum de paz, justiça social e de respeito na diversidade”, afirmou.

O presidente defendeu também que “as diversas crises” que o mundo vive demonstram o “valor da integração”, Por outro lado, o presidente defendeu que a união entre os países não significa que estes devem se “fechar ao mundo”, mas “unir forças”.

“Temos de unir forças em prol de melhor infraestrutura física e digital, da criação de cadeias de valor entre nossas indústrias e de mais investimentos em pesquisa e inovação em nossa região”, disse.

Ainda em seu discurso, o presidente pediu o apoio dos países da Celac à candidatura de Belém do Pará para sediar a COP-30, em 2025. Lula disse que a cidade poderá “mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade”.

“O apoio que estamos recebendo dos países da Celac é indispensável para que possamos mostrar ao resto do mundo a riqueza de nossa biodiversidade, o potencial do desenvolvimento sustentável e da economia verde, além, é claro, da importância de preservação do meio ambiente e do combate à mudança do clima”, afirmou.

Viagem ao Uruguai

Nesta quarta-feira (25), o presidente brasileiro segue em viagem oficial para o Uruguai, onde se encontrará com o chefe do Executivo no país, Luis Alberto Lacalle Pou, receberá um prêmio pela sua atuação em defesa do Meio Ambiente, e encontrará o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica.

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