Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de julho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será o anfitrião de uma 66ª Cúpula do Brics esvaziada neste domingo (6) e segunda-feira (7).
O evento, que será realizado no Rio, terá como foco a defesa do multilateralismo diante das políticas protecionistas lideradas pelos Estados Unidos e a discussão em torno da ampliação de sistemas que facilitem o comércio entre os integrantes do bloco.
A cúpula, porém, deve ser marcada por ausências importantes, que tendem a reduzir a repercussão política do evento, que é parte da estratégia de protagonismo internacional do petista.
Quatro chefes de Estado não vêm ao Brasil
* China – presidente Xi Jinping;
* Rússia – presidente Vladimir Putin;
* Irã – presidente Masoud Pezeshkian;
* Egito – Abdel Fattah el-Sisi.
O grupo se reunirá sob as repercussões dos ataques entre Israel e Irã, que é integrante pleno do Brics desde 2023. Será, também, o 1º encontro do bloco depois do retorno do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano), à Casa Branca. O norte-americano já ameaçou o Brics em fevereiro com tarifas comerciais caso o dólar fosse abandonado nas transações comerciais entre os países integrantes.
Putin não virá porque tem um mandado de prisão contra ele expedido pelo TPI (Tribunal Penal Internacional) por crimes de guerra na Ucrânia. O Brasil é signatário do estatuto que criou a corte e seria obrigado a cumprir o mandato.
Segundo Moscou, o governo brasileiro não foi claro sobre o risco. O presidente Lula disse em setembro de 2023 que Putin não seria preso se viesse ao Brasil.
O líder russo também faltou à cúpula de 2023 na África do Sul pelo risco de prisão. Como naquela ocasião, participará por videoconferência. Na cúpula do ano passado, realizada em Kazan (Rússia), Lula participou virtualmente porque havia sofrido um acidente doméstico em outubro de 2024, quando bateu a cabeça e precisou passar por uma cirurgia.
Já o presidente indonésio, Prabowo Subianto, deve vir ao país para o encontro do Brics, apesar do tensionamento das relações causado pela morte da brasileira Juliana Marins em uma trilha de vulcão no país asiático. Lula deve cobrar explicações sobre o caso.
Presidência
O Brasil assumiu a presidência do bloco em 1º de janeiro de 2025 e ficará no posto até 31 de dezembro. Neste ano, o bloco vai contar com ao menos 9 novos integrantes. No comando do grupo, o Brasil busca promover a reforma da governança global e o desenvolvimento sustentável com inclusão social. O Brics tem 11 integrantes plenos e outros 10 países “parceiros”.
Integrantes plenos
* África do Sul;
* Brasil;
* China;
* Índia;
* Rússia;
* Arábia Saudita;
* Egito;
* Emirados Árabes Unidos;
* Etiópia;
* Indonésia;
* Irã.
Países parceiros
* Belarus;
* Bolívia;
* Cazaquistão;
* Cuba;
* Malásia;
* Nigéria;
* Tailândia;
* Uganda;
* Uzbequistão;
* Vietnã.
Durante a presidência brasileira, o bloco focará em 3 temas específicos: inteligência artificial, saúde e mudança climática.
A ideia e o desafio do governo brasileiro é conseguir avanços reais sobre os temas na declaração final da cúpula, negociada com todos os países. (Com informações do Portal360)