Sábado, 27 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 27 de dezembro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva desembarcaram no Rio de Janeiro na sexta-feira (26) para comemorar o Ano Novo. O casal passará a virada do ano na base naval da Restinga de Marambaia, localizada no espaço entre três municípios: Rio de Janeiro, Mangaratiba e Itaguaí.
A ilha fluminense abriga um centro de treinamento da Marinha. Por ser uma área militar com acesso restrito e proteção das Forças Armadas, a região já foi utilizada por outros presidentes como espaço de descanso.
No último ano, Lula e Janja permaneceram em Brasília durante as festas de fim de ano. Na ocasião, o chefe do Planalto se recuperava de uma cirurgia devido a uma queda que sofreu no Palácio da Alvorada.
O local possui aproximadamente 42 km de extensão e faz parte do território de três municípios: Rio de Janeiro, Itaguaí e Mangaratiba. A ilha é administrada pelas Forças Armadas e abriga uma base naval da Marinha e o Centro de Adestramento da Ilha de Marambaia (Cadim).
A expectativa é que o chefe do Planalto retorne aos trabalhos em Brasília no dia 6 de janeiro. No poder, Jair Bolsonaro (PL) passou o feriado de Finados e o Natal na Restinga da Marambaia em 2018, antes de tomar posse. Já Michel Temer (MDB) esteve no local no Réveillon de 2017 e no Carnaval de 2018.
Em 2023, Lula também passou réveillon na Restinga de Marambaia. Em mandatos anteriores, o petista já passou o Réveillon na base naval de Aratu, na Bahia.
Conhecida por belas praias e paisagens exuberantes a Ilha da Marambaia foi cenário de novelas como Guerra dos Sexos e Da Cor do Pecado, da Rede Globo.
O local também é marcado por episódios históricos. No século 19, após a proibição do tráfico negreiro no Brasil, a restinga passou a ser utilizada como porto clandestino de desembarque de escravizados. Em 1904, as terras foram adquiridas pela União e, dois anos depois, passou a ser utilizada pela Marinha. Em 1908, foi inaugurada na região a Escola de Aprendizes-Marinheiros.
Em 2004, após uma série de embates judiciais movidos pelas comunidades remanescentes de quilombolas, a área certificada pela Fundação Cultural Palmares. A titulação foi oficializada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2015.
Já durante a ditadura militar, a base da Marinha era utilizada como área de ocultação de corpos de presos políticos. Relatos apontam que o deputado federal Rubens Paiva, preso e morto pelo regime, foi enterrado no local.