Segunda-feira, 03 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 23 de julho de 2023
O presidente Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enfrentam dificuldades para selar a reforma ministerial negociada entre o governo e o Centrão. Os motivos vão além da discussão interna sobre quem será sacrificado para dar espaço aos neo-aliados. Há um descompasso nas agendas dos dois, e a conversa final sobre a reconfiguração da Esplanada não aconteceu.
Lula tentou marcar uma conversa com Lira para a quinta-feira, logo após voltar da viagem a Bruxelas, na Bélgica, onde participou da cúpula de países da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Não rolou porque o presidente da Câmara estava em São Paulo, fazendo exames para investigar dores na coluna.
O encontro, então, seria na sexta-feira. Mas até o meio-dia a equipe de Lula não entrou em contato com Lira, que já tinha voo marcado para Alagoas. Ele viajou e, a princípio, só retorna na semana que começa no dia 30. A não ser, é claro, que o petista o chame com urgência com uma boa e consolidada proposta.
Acordo
Em relação ao que está sendo estruturado, os partidos do Centrão – PP, Republicanos e União Brasil – conquistará espaços na Esplanada dos Ministérios do governo petista. Isso inclui dois ministérios considerados “pequenos”, o do Turismo, para o qual o deputado Celso Sabino (União-PA) já foi nomeado, e uma segunda pasta a ser definida: Esportes ou Ciência e Tecnologia.
Além disso, os partidos ainda levarão duas estatais cheias de recurso: a Caixa Econômica Federal e a Funasa.
Margarete Coelho, ex-vice-governadora do Piauí, é o nome preferido do PP para assumir a presidência da Caixa Econômica Federal. Uma mulher também deve ser escolhida para o cargo na Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Falta ainda definir o principal: qual será o grande ministério do Centrão. Parlamentares indicaram que o Progressistas (PP), de Lira, aceita assumir o Ministério da Desenvolvimento Social sem a secretaria que gere o Bolsa Família. Mesmo sem o programa, que é uma das principais bandeiras das gestões de Lula, sobram importantes ferramentas da política, como cisternas e distribuição de alimentos.
Esses programas têm convênios com prefeituras e podem ser quase tão potentes quanto o Bolsa Família em termos eleitorais. No entanto, a articulação política preocupa especialistas em distribuição de renda, que afirmaram que essas políticas precisam ser tocadas por especialistas em assistência social, sob o risco de perder efetividade.