Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Lula enfrenta impasse no Partido Progressista e a reforma ministerial trava de novo

A incompatibilidade entre a demanda do PP para entrar no governo Lula e a disposição do presidente em ceder pastas de destaque travou, mais uma vez, a reforma ministerial. Diante do impasse, interlocutores do Planalto já avaliam que a dança nas cadeiras da Esplanada pode ficar só para depois da votação do arcabouço fiscal na Câmara, prevista para a semana que vem, e da volta do presidente da viagem à África do Sul. Segundo apurou a Coluna, Lula mandou avisar que não vai mesmo entregar o Ministério do Desenvolvimento Social ao deputado André Fufuca (PP-MA), nem mesmo sem o controle do Bolsa Família. E o PP não quer saber de outra pasta. Resultado: não há fumaça branca à vista.

Diante da negativa sobre o MDS, agora o sonho de consumo do Centrão, uma contraproposta ventilada foi entregar a Fufuca o Ministério de Ciência e Tecnologia, hoje com Luciana Santos (PCdoB). O acordo traria ainda o comando da Caixa, com todas as vice-presidências. Para o governo, o banco público vale mais que muitos ministérios.

Nessa proposta, Luciana Santos seguiria para o Ministério das Mulheres e Cida Gonçalves perderia o cargo. A primeira dama Janja resiste fortemente à saída, que reduz ainda mais a participação feminina no primeiro escalão. Mesmo assim, Lula tem dado sinais de que prefere rifar uma mulher a Wellington Dias.

A outra ponta da reforma ministerial, ao menos, está um pouco mais azeitada. O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) deve assumir o Ministério de Portos e Aeroportos, um desenho que agrada à legenda.

Márcio França seria deslocado para Ciência e Tecnologia, caso o PP não aceite a pasta, ou para o Ministério da Micro e Pequena Empresa, que teria de ser criado. O ministro conversou sobre as hipóteses em jantar reservado com o vice-presidente Geraldo Alckmin, seu correligionário e aliado de décadas.

Pochmann assume IBGE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da cerimônia de posse do economista Marcio Pochmann como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pochmann foi uma escolha pessoal de Lula para comandar o IBGE, órgão responsável por pesquisas e dados fundamentais para execução de políticas públicas, a exemplo do Censo e dos índices de inflação e desemprego.

Pochmann substitui Cimar Azevedo, que ficou à frente do órgão como interino e conduziu os trabalhos do Censo.

Em um discurso com forte teor político, Pochmann afirmou ser “urgente” recuperar o IBGE após o que chamou de “vendaval tóxico e destrutível dos anos recentes”.

“[Vendaval] que impôs a realização do Censo demográfico com atraso de dois anos e com recurso orçamentários de apenas de dois terços do total que havia sido comprometido em termos reais no ano de 2010”, afirmou o novo presidente do IBGE.

Em outro momento do discurso, disse que o órgão que assumiu nesta sexta deverá atuar com “máxima qualidade e rigor técnico-científico” no tratamento de dados e informações que “servirão para desenho, promoção e verificação de resultados das ações estratégicas em prol do bem harmonioso de todos”.

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