Terça-feira, 14 de maio de 2024

Lula escala Alckmin para confronto com Bolsonaro

Após o fiasco do ano passado com o desconvite ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na abertura da maior feira de agronegócios do país (Agrishow), o governo tenta diminuir a visível falta de popularidade com o setor agropecuário em uma abertura fechada ao público na edição da feira deste ano.

A iniciativa inédita é uma estratégia para evitar o desconforto causado com o convite ao ex-presidente Jair Bolsonaro para a abertura da feira, que gerou protestos do governo Lula e ameaças de retirada de patrocínio.

Nesta edição, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, foi escalado pelo presidente da República para a cerimônia, fechada para o público em geral e aberta apenas para expositores e imprensa na manhã desse domingo, 28.

Em evento fechado para imprensa e expositores na “cerimônia de abertura” da Agrishow deste ano, o vice-presidente Geraldo Alckmin, ao lado dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), destacou as iniciativas do governo para o agro, mas evitou falar sobre a inauguração da feira sem a presença de visitantes.

Pesquisa

O vice-presidente falou sobre uma linha de financiamento para pesquisa, desenvolvimento e inovação com juros de TR mais 4%, lembrou a proposta da lei de depreciação acelerada e de criação da LCD (Letra de Crédito do Desenvolvimento), que prevê condições especiais de Imposto de Renda para Pessoas Físicas e Jurídicas, além dos 3,5 bilhões de reais de crédito do governo para iniciativas de descarbonização da frota brasileira.

“Metade da exportação brasileira é agro, mas precisamos encontrar mais mercados. Estamos indo no fim de maio para Arábia Saudita e China para abrir mais mercados aos nossos produtos”, afirmo durante uma cerimônia esvaziada com cerca de 400 participantes e diversas cadeiras vazias.

Após os discursos Alckmin falou com a imprensa em um dos estandes da feira preparado para receber os representantes do governo. O restante do espaços de exposição ainda estão nos preparativos finais para a abertura de facto do evento nesta segunda-feira, 29.

A feira de agronegócios, realizada em Ribeirão Preto, inovou na edição de 2024 com uma solenidade de abertura antes do início do funcionamento dos estandes do evento e sem público. Tudo para evitar constrangimentos como o ocorrido na edição do ano passado, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro monopolizou as atenções e provocou o “desconvite” ao ministro Fávaro.

Desta vez, Bolsonaro prometeu estar no evento no primeiro dia da Agrishow com público, nesta segunda-feira, 29. Mesmo assim, o ex-presidente marcou, para o mesmo horário da fala de Alckmin na feira, uma manifestação em uma das principais esquinas de Ribeirão Preto, o encontro entre as avenidas Getúlio Vargas e João Fiuza.

Os organizadores não apresentaram prognósticos, mas avaliam que a Agrishow deste ano deve repetir o desempenho do ano passado e receber cerca de 200 mil visitantes até o dia 3 de maio.

Esta é a 29ª edição da Agrishow, que reuniu na edição anterior mais de 800 marcas expositoras em 530.000 metros quadrados de área. De acordo com os responsáveis pelo evento, a feira foi responsável por quase 14 bilhões de reais em negócios realizados no setor em 2023.

A expectativa é que o fluxo de pessoas atraído para a feira injete cerca de 500 milhões de reais na economia do município de Ribeirão Preto, que abriga cerca de 750 mil habitantes.

 

 

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