Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de novembro de 2025
O presidente Lula afirmou nessa sexta-feira (7) que a Terra “não comporta mais” o uso intensivo de combustíveis fósseis. Ele defendeu o perdão de dívidas de países em desenvolvimento em troca de investimentos na transição energética.
No segundo dia da Cúpula do Clima, em Belém, Lula falou em “apocalipse climático” e voltou a cobrar ações concretas para frear o aquecimento global.
“A Terra não comporta mais o modelo de desenvolvimento baseado no uso intensivo de combustíveis fósseis que vigorou nos últimos 200 anos”, disse o presidente. “Não podemos nos omitir ou intimidar”, acrescentou.
Lula disse que a Guerra da Ucrânia reverteu anos de esforços para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Ele voltou a cobrar o fim dos conflitos armados e o direcionamento das verbas de defesa para a transição climática.
“Gastar com armas o dobro do que destinamos à ação climática é pavimentar o caminho para o apocalipse climático. Não haverá segurança energética num mundo conflagrado”, afirmou.
Petróleo para transição energética
O presidente não fez referência direta aos planos do Brasil para ampliar a produção de combustíveis fósseis com a exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. No entanto, defendeu que lucros da exploração do petróleo sejam usados para financiar a transição energética.
“Direcionar parte dos lucros com a exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento”, disse o presidente.
Ele disse que o país foi o primeiro a “investir em larga escala” em energias renováveis e é hoje o segundo maior produtor mundial de biocombustíveis.
Em esforço para se apresentar como líder do Sul Global, Lula propôs trocar dívida externa por investimentos em ações climáticas.
“Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam países em desenvolvimento, andaremos em círculos”, disse o mandatário.
“Um processo justo, coordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda um acesso à tecnologia de financiamento para o Sul Global”, concluiu o presidente brasileiro.