Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de janeiro de 2023
A primeira-dama Janja relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou “um pouco desolado” ao entrar no Palácio da Alvorada – residência oficial da Presidência da República.
“Ele ficou um pouco desolado. Ele morou um ano e meio com a Dona Marisa na Granja do Torto para pode fazer uma grande reforma [no Alvorada]. As obras foram restauradas, foi tudo deixado perfeito para em menos de dez anos estar nesse estado”, afirmou.
Janja recebeu na última quinta-feira (5), pela primeira vez, uma equipe de reportagem no Alvorada e criticou o estado de conservação do edifício histórico. A primeira-dama percorreu todo o edifício, inclusive a área íntima do casal, e disse que vai fazer um inventário de todos os móveis, utensílios e obras de arte.
“O que a gente percebe é a falta de cuidado, de manutenção… os pés dos móveis, que são de latão, não estão polidos. Os móveis não são os originais. A gente vai tentar recuperar isso”, afirmou Janja.
“A Presidência da República tem um depósito de móveis e ver o que foi para lá. Tem muitos objetos, que foram transportados de um lado para o outro, daqui para o Jaburu. Então a gente precisa localizar esses objetos”, concluiu.
No início da semana, o novo ministro da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Paulo Pimenta, também afirmou que o governo de Bolsonaro entregou o imóvel de ”qualquer jeito”.
“Normalmente o inquilino que sai, até mesmo a imobiliária, o proprietário, tem que fazer vistoria para entregar, mas aqui não tem esse negócio da vistoria. Entregaram de qualquer jeito. Não tem uma imobiliária para ver que condições foram entregues.”, afirmou à GloboNews.
Entre as peças apontadas pela primeira-dama como danificadas está a obra “Músicos”, de autoria do pintor e muralista Di Cavalcanti, encomendada por Oscar Niemeyer, arquiteto que projetou a capital federal. A tapeçaria está avaliada em ao menos R$ 5 milhões.
“Aqui é a Sala de Estado, que está totalmente descaracterizada. Essa obra aqui, ela não é aqui, o original dela é na biblioteca. Você pode ver que ela foi colocada aqui e está desbotada. Aqui bate sol. Infelizmente, essa aqui vai ter que ser restaurada”, disse Janja na entrevista.
A obra foi retirada da biblioteca para a instalação dos equipamentos usados nas lives do ex-presidente Jair Bolsonaro. E acabou ficando em local onde recebe luz solar.
O marchand Evandro Carneiro afirmou que a obra tem valor inestimável, pois não há referências nas produções de Di Cavalcanti em tapeçarias. O artista produziu poucos tapetes e não existem registros anteriores de peças semelhantes feitas por ele e vendidas.