Domingo, 09 de novembro de 2025

Lula, na negociação da reforma ministerial, esticou demais a corda

Não há dúvidas nas rodas políticas em Brasília de que o presidente Lula esticou demais a corda e rompeu do lado dele mesmo. Até porque, no meio do caminho, houve uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que desagradou e empoderou o Centrão. Além disso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) conseguiu mostrar, mais uma vez, que consegue entregar o que o governo quer e frear a oposição quando assim deseja. Foi o que ele fez, por exemplo, na CPI do MST.

Resultado: a fatura ficou mais cara. Como se fossem juros do crédito rotativo. Como Lula não pagou a conta e não entregou o que Lira e o PP queriam, tampouco atendeu aos desejos do Republicanos, agora terá de arcar com os custos do atraso político.

“O presidente perdeu o timing. Deveria ter resolvido a acomodação dos novos ministros logo após Lira entregar a aprovação da Reforma Tributária, do Carf, e do Arcabouço Fiscal. Mas preferiu viajar e deixar para depois. Agora, está bem endividado”, comparou grande liderança partidária do PP de Lira.

A conta não ficará apenas na entrega de ministérios. Serão grandes pastas, com presença social e obras; diretorias de bancos públicos e acordo sobre o comando de autarquias. Todos os escalões entram na composição.

Lula e Lira conversaram. Até que haja o anúncio formal, podem ocorrer mudanças, mas o cenário desenhado, é entregar o Ministério do Desenvolvimento Social, porém com divisão da atuação da pasta; o Ministério de Portos e Aeroportos e uma diretoria da Caixa.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, fez a Lula seu último apelo para ser reconduzido ao cargo. Apresentou um balanço de sua gestão, lembrou o fim da Lava-Jato sob sua batuta e, principalmente, destacou que se uniu aos ministros Jorge Messias (AGU) e Flávio Dino (Justiça) na ofensiva do governo sobre a Eletrobras.

O parecer de Aras pró-União na revisão do contrato de privatização da Eletrobras após o apagão desta semana é visto como uma janela de oportunidade para Aras. O Ministério da Justiça também acionou a empresa. Mas as chances do PGR são consideradas baixas.

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