Sábado, 28 de junho de 2025

Lula, os ministros do PT e a cúpula do partido não vão baixar o tom contra o Congresso Nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros ligados ao PT e a cúpula da legenda decidiram manter o tom crítico em relação ao Congresso Nacional. Mesmo após sofrerem uma derrota com a derrubada, por parte da Câmara dos Deputados e do Senado, da medida que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a avaliação dominante entre os aliados mais próximos do Planalto é de que o governo saiu fortalecido no debate público, especialmente nas redes sociais, ao enfatizar a narrativa que contrapõe interesses de “pobres x ricos”. A estratégia agora é aprofundar essa polarização.

Nos últimos dias, petistas impulsionaram pelo menos três hashtags com esse foco: #RicosPaguemAConta, #CongressoInimigoDoPovo e #HaddadTemRazão. Esta última faz referência a uma entrevista concedida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à TV Record, cujo trecho viralizou nas plataformas digitais. Nele, Haddad questiona: “Aumento da carga tributária para quem?”, e defende que o atual governo está promovendo justiça social.

O próprio ministro compartilhou esse trecho editado em suas redes sociais por dois dias consecutivos, apenas alterando os títulos das postagens. Primeiro, escreveu: “Justiça para o bolso de todos”, e, no dia seguinte, publicou: “Pobre no orçamento” e “rico no Imposto de Renda”.

Com essa narrativa, Lula conseguiu articular um discurso unificado entre seus ministros – como Haddad e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann – além de deputados e senadores da base aliada, todos adotando uma linha semelhante ao do presidente. No entanto, apesar da sintonia retórica dentro do governo, o distanciamento com o Congresso é cada vez mais evidente. A tensão ficou clara quando os presidentes da Câmara e do Senado tomaram conhecimento de uma suposta reunião com Lula apenas pela imprensa – e, até o momento, não foram formalmente convidados.

Desde o início do ano, o governo federal tem enfrentado sucessivas crises de imagem nas redes, como as polêmicas envolvendo o Pix e os descontos indevidos no INSS. Apesar disso, petistas consideram que esta foi a primeira ocasião em que o Executivo conseguiu dominar a pauta do debate digital e gerar engajamento favorável. A ordem agora é manter essa mobilização, utilizando o confronto de classes como ferramenta de pressão e convencimento junto à opinião pública. (Com informações do Estado de S. Paulo)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

PSOL se antecipa ao governo Lula e aciona o Supremo contra derrubada do decreto do IOF
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play