Segunda-feira, 20 de maio de 2024

Lula ou Bolsonaro? As ações que devem decolar em cada cenário

Os analistas de investimento são praticamente unânimes ao dizer que as eleições presidenciais engessam a Bolsa de Valores. A alta de 9% do Ibovespa neste ano é considerada pequena, perto do potencial do país, que deverá ser destravado a partir da definição do próximo presidente.

O que dá dinheiro para o mercado é quando as expectativas casam com a realidade. Por isso, não conseguir enxergar se a vitória será de Luiz Inácio Lula da Silva ou de Jair Messias Bolsonaro, que aparecem tecnicamente empatados em algumas pesquisas eleitorais, tem “segurado” os investimentos.

O fato de ser uma disputa acirrada entre dois nomes já conhecidos e cujas propostas são, em muitos pontos, antagônicas, faz esse engessamento ser ainda pior. Isso porque os grandes investidores não vão fazer apostas fortes antes de terem os próximos passos do país delineados.

Taxação de dividendos; respeito ao teto de gastos; garantia da autonomia do Banco Central; e abertura para privatizações estão no topo da lista dos interesses do mercado financeiro em relação às propostas dos candidatos à Presidência da República. Como mostrou o Monitor do Mercado, Lula e Bolsonaro concordam em três desses quatro pontos.

É onde os candidatos discordam, no entanto, que estão as oportunidades na Bolsa de Valores que têm mexido com os investidores.

Veja seis ações que devem se valorizar na eleição de Lula e seis que devem subir caso Bolsonaro seja reeleito. Confira abaixo:

Com Lula

A promessa do petista de retomar os programas de financiamento estudantil, como Fies e Prouni, são verdadeiros alentos para as empresas do setor educacional.

Gigantes da educação privada, como Cogna, Ser Educacional e Yduqs, viram suas ações derreterem nos últimos cinco anos. Enquanto o valor de COGN3 despencou 84%, o dos papéis SEER3 tombou 75%, enquanto as ações YDUQ3 caíram 52,8%.

Se Lula voltar, a perspectiva é que essas duas empresas consigam melhorar suas margens de lucro e fazer novos investimentos em crescimento, valorizando suas ações.

Outro setor que tem sido visto com bons olhos em um possível novo governo do PT é o da construção civil voltada para imóveis de baixa renda. O ex-presidente Lula prometeu a empresários retomar e fortalecer o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, dedicado a construção de casas para famílias de baixa renda.

Assim, uma volta do programa em um governo de Lula tende a aumentar os negócios de construtoras voltadas para a baixa renda, como MRV, Direcional e Tenda. Nos últimos cinco anos, os papéis MRVE3 caíram 31,68%; os da DIRR3 subiram 165%; e as ações TEND3 caíram 46%.

Com Bolsonaro

O perfil do ministro da Economia Paulo Guedes, visto como favorável a privatizações e à redução da interferência do governo, serve para fortalecer as ações de estatais em uma possível reeleição de Bolsonaro.

Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, as ações da Petrobras (PETR4) subiram 45%, enquanto as do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 16%. A Eletrobras, que foi privatizada durante o governo bolsonarista, viu seus papéis ELET3 praticamente dobrarem de preço, com uma alta de 93%.

A ideia de analistas é que essas ações sigam se valorizando em uma reeleição, mesmo a Eletrobras, visto que o governo ainda possui uma fatia significativa da empresa.

Além das estatais, o agronegócio também é visto com bons olhos em um cenário no qual Bolsonaro seja reeleito, tendo em vista os bons resultados alcançados pelo setor durante o atual governo.

A liberação do uso de diferentes defensivos agrícolas (agrotóxicos) e a linha dura do governo Bolsonaro contra pautas ambientais são vistos como incentivo à expansão do agronegócio.

São diversas as ações de empresas que dependem do agro na Bolsa de Valores. As mais diretamente ligadas ao setor, no entanto, são BrasilAgro — cujas ações AGRO3 subiram 155% neste governo—; SLC Agrícola, que viu os papéis SLCE3 subirem 133% sob Bolsonaro; e Boa Safra (SOJA3), que estreou na Bolsa em abril de 2021 e, de lá para cá, caiu quase 20%.

Varejo

Independente de quem for eleito, especialistas do mercado financeiro acreditam que os próximos quatro anos serão positivos para a Bolsa, principalmente pelo aumento do consumo no Brasil.

Como a inflação parece estável no país, é esperado que a taxa de juros se mantenha e, ao fim de 2023, comece a baixar.

Os principais papéis ligados ao varejo, como Magazine Luiza (MGLU3); Pão de Açúcar (PCAR3); Carrefour (CRFB3); e Via (VIIA3) têm, assim, uma boa perspectiva no médio e no longo prazo.

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