Segunda-feira, 22 de dezembro de 2025

Lula pede que a União Europeia mostre “coragem” e assine acordo comercial com o Mercosul

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, instou a União Europeia a demonstrar “coragem” e assinar um acordo comercial com o Mercosul. “Sem vontade política e coragem por parte dos líderes, não será possível concluir negociações que se arrastam há 26 anos”, disse Lula em seu discurso de abertura na cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu.

“Infelizmente, a Europa ainda não se decidiu. Líderes europeus pediram tempo adicional para decidir sobre acordo”, afirmou Lula, que voltou a instar os dirigentes do bloco europeu. “Sem vontade política e coragem por parte dos líderes, não será possível concluir negociações que se arrastam há 26 anos.”

Lula afirmou que está confiante de que a assinatura do pacto, inicialmente prevista para este sábado, ocorra em janeiro, como indicou a Comissão Europeia na quinta-feira.

“Enquanto isso, o Mercosul seguirá trabalhando com outros parceiros”, acrescentou o presidente.

Segundo Lula, o bloco está se aproximando comercialmente do Canadá, Emirados Árabes Unidos e Índia.
Os agricultores na Europa, especialmente na França e na Itália, veem com apreensão a chegada de carne, arroz, mel ou soja dos países do Mercosul, mais competitivos devido a normas de produção consideradas menos rigorosas.

Contatos

Lula afirmou esta semana que a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, garantiu que seu país estará pronto para assinar nas próximas semanas.

O presidente brasileiro disse ainda que, segundo a Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia) e o Antonio Costa (presidente do Conselho Europeu), “não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo”, disse Lula.

Já Alemanha, Espanha e os países nórdicos são favoráveis ao pacto que permitiria à UE exportar mais veículos, máquinas, vinhos e destilados para a América do Sul.

Além de Lula, compareceram ao encontro nas Cataratas do Iguaçu, os presidentes argentino Javier Milei, paraguaio Santiago Peña, uruguaio Yamandú Orsi, e o do Panamá, José Raúl Mulino.

Já o presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a fazer uma série de críticas ao Mercosul durante a plenária do bloco. Ele disse que os objetivos da união aduaneira nunca foram atingidos e que há excesso de burocracia interna, o que travou acordos como o com a União Europeia.

“O Mercosul nasceu com uma missão clara de promover o comércio, aumentar a prosperidade, integrar mercados e elevar a competitividade das nossas sociedades e nenhum dos objetivos centrais se cumpriu”, disse Milei. “Não há mercado comum, não há livre circulação efetiva, não há coordenação macroeconômica, não há harmonização normativa real, não há incremento significativo de comércio interno, não há abertura suficiente ao mundo.”

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