Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Lula pede que ministros liguem para senadores no Natal e pelam votos em Jorge Messias, indicado para ministro do Supremo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros que aproveitem o Natal para ajudar na campanha do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, indicado por ele para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A escolha de Messias, que é evangélico, enfrenta resistências no Senado.

“Quem tiver um senador amigo, não deixe de ligar para desejar feliz Natal e pedir voto para Messias”, afirmou o presidente na última reunião ministerial do ano, nessa quarta-feira (17), realizada na Granja do Torto.

Lula classificou Messias como “um grande advogado”. “A indicação dele é por mérito, não é por amizade pessoal”, argumentou, em recado para senadores que dizem ser contrários à escolha do advogado-geral da União para o STF por considerá-lo muito ligado do PT.

Ao elogiar Messias, Lula disse, ainda, que “o País tem gratidão pelo que ele fez em defesa da presidenta Dilma Rousseff e, desde lá, ele continuou sendo leal”.

Messias ganhou fama nacional em março de 2016, quando o juiz Sérgio Moro, hoje senador, divulgou um grampo telefônico. Na conversa, a então presidente Dilma avisava Lula – à época investigado pela Lava Jato – que estava encaminhando o termo de posse dele como ministro da Casa Civil, por intermédio de “Bessias”, para uso “em caso de necessidade”.

Dilma estava gripada e quem transcreveu o áudio de sua conversa com Lula entendeu que ela dizia “Bessias”, em vez de “Messias”. O ministro do STF Gilmar Mendes interpretou aquele diálogo como uma forma de blindar Lula de eventual pedido de prisão e suspendeu a posse do petista. A crise aumentou e Dilma sofreu impeachment.

Sabatina

A escolha de Messias para a vaga do ministro Luís Roberto Barroso no STF irritou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ele defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a cadeira de Barroso.

Lula anunciou a escolha de Messias sem falar com Alcolumbre. Contrariado, o presidente do Senado marcou a sabatina do advogado-geral da União na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para o dia 10. Aliados de Alcolumbre sustentam que ele fez isso para não dar tempo de Messias conquistar votos. O senador nega.

Para ter o nome aprovado como ministro do STF, o indicado pelo presidente precisa ter o nome aprovado não apenas na sabatina da CCJ como no plenário do Senado, onde necessita do apoio de no mínimo 41 dos 81 senadores.

Ao perceber que Alcolumbre trabalhava contra Messias, Lula não enviou a mensagem presidencial com a indicação para o Senado. Sem esse documento, o presidente foi obrigado a adiar a sabatina de Messias.

A expectativa do governo é de que a sabatina seja agora marcada para o início de fevereiro de 2026, depois do recesso parlamentar. (Com informações de O Estado de S. Paulo)

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