Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Lula pede retirada do projeto de mineração em terras indígenas da pauta da Câmara dos Deputados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou ao Congresso Nacional, em edição do Diário Oficial da União publicado nesta sexta-feira (31), que o projeto de lei 191/20, que regulamenta a exploração de minérios, petróleo e geração hidrelétrica em território indígena (TI) demarcado, fosse retirado de tramitação da Câmara dos Deputados. Agora, cabe a Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, deferir o pedido. O PL foi apresentado pelo ex-presidente Bolsonaro e tramitava em regime de urgência no Plenário desde o ano passado.

Segundo a Constituição Federal, as atividades descritas na proposta só podem ser realizadas em TIs com autorização prévia do Congresso, por meio de decreto legislativo e consultando as comunidades afetadas, que devem ter participação nos resultados. A proposta previa permissão para lavra garimpeira em terras indígenas em locais definidos pela Agência Nacional de Mineração (ANM), desde que consentido pelos povos originários.

Em fevereiro, a bancada do PSOL na Câmara enviou um ofício ao Planalto, pedindo que o presidente retirasse o projeto de tramitação. A solicitação se baseou no artigo 104 do Regimento Interno, que estabelece que o autor de um PL, neste caso o governo federal, pode requerer a exclusão da proposta em qualquer fase do seu andamento.

“Desde novembro de 2020, lideranças ianomâmis vêm pleiteando o auxílio do Poder Público Federal para conter as invasões de garimpeiros que culminaram em uma série de violações graves de direitos humanos, com registros de homicídios; estupros; contaminação por diversas doenças, dentre as quais covid; bem como tornando impossível a subsistência das comunidades, posto a dificuldade de realizar atividades extrativistas, como por exemplo a pesca”, diz o texto do documento enviado a Lula e aos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).

A proposta de Bolsonaro foi alvo de diversos protestos de artistas, ambientalistas e movimentos sociais. O Ministério Público Federal já se manifestou contrário ao projeto duas vezes, declarando ser inconstitucional. A aprovação da urgência ocorreu em uma sessão noturna na Câmara, enquanto o evento-protesto, capitaneado por Caetano Veloso, reuniu artistas na Esplanada dos Ministérios, no chamado Ato pela Terra.

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