Quarta-feira, 28 de maio de 2025

Lula prepara saída de ministros para disputar eleições e quer foco no Senado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início a conversas de bastidores para definir a lista de ministros que serão destacados para disputar as eleições de 2026 e os nomes que precisarão ficar no governo até o fim do mandato por estarem em pastas estratégicas. As negociações acontecem de forma antecipada, em uma tentativa de garantir tempo hábil para que o Planalto possa costurar acordos de olho no pleito.

As mudanças devem incluir áreas consideradas chaves para o governo, como Casa Civil, Fazenda, Planejamento, Agricultura e Minas e Energia. Ainda que esse rearranjo esteja em processo de articulação, há uma preocupação de que eventuais mudanças façam o governo perder tração às vésperas do pleito, principalmente em relação aos auxiliares diretos e figuras nacionalmente conhecidas.

Tarcísio depõe no STF como testemunha de Bolsonaro

Do núcleo mais próximo a Lula, há sinalização da possível saída dos ministros do Planejamento, Simone Tebet (MDB), da Casa Civil, Rui Costa (PT), do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é um dos principais aliados de Lula e um dos prováveis quadros para disputar o governo de São Paulo. Em 2022, Haddad concorreu contra Tarcísio de Freitas (Republicanos) e saiu derrotado. Apesar disso, obteve o melhor resultado já alcançado por um petista no Estado desde 2002.

Também está no radar do ministro disputar uma cadeira de senador por São Paulo. A casa legislativa é uma das principais preocupações de Lula. O receio deve-se ao fato de que o Senado tem a prerrogativa de analisar questões sensíveis, como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para aliados do governo, Haddad é um dos principais expoentes da esquerda com capilaridade em São Paulo – tendo como base o resultado de 2022 – e pode dar tração a Lula em uma possível reeleição. Há temor, por outro lado, de que a eventual saída do ministro da Fazenda gere solavancos junto ao mercado, já que isso criaria expectativas sobre mudanças nos rumos da política econômica de Lula no último ano de governo. Ainda que todas essas alternativas estejam sendo estudadas, integrantes do Planalto admitem que Haddad fará, no pleito de 2026, o que Lula determinar.

Tebet, Alckmin e Rui Costa

Simone Tebet é outra integrante da equipe econômica que pode sair. No entorno da ministra, são avaliadas três possibilidades. A primeira é a de fechar um acordo com Lula para se candidatar ao Senado. Nessa opção, a ministra seria uma forma de barrar a ascensão da direita no Parlamento, na esteira da estratégia que governo busca traçar para fortalecer sua força na casa legislativa.

Outra opção de Tebet é compor chapa com Lula, em uma possível reeleição – possibilidade considerada mais pelo entorno dela do que pela cúpula do governo. De acordo com interlocutores, apesar de haver tais sinalizações, não está descartada a possibilidade de ela continuar no governo até o fim.

Rui Costa é citado nas conversas como possível candidato a cargos em 2026. Em fevereiro, ele admitiu em entrevista à Rádio Metrópole da Bahia que está à disposição para concorrer ao Senado. “Meu nome está colocado. Evidente que ainda tenho que conversar com o presidente no ano que vem”, disse.

Alckmin é outro cotado para deixar o governo. Caso tente algum cargo em 2026, ele não terá que deixar a Vice-Presidência, mas, sim, o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Nessa hipótese, uma das possibilidades é a de que ele concorra ao Estado de São Paulo ou ao Senado.

Integrantes do PSB, partido de Alckmin, defendem, por outro lado, a manutenção da chapa com Lula no próximo pleito. Segundo eles, Alckmin está confortável nos cargos de ministro e vice-presidente. As informações são do portal Valor Econômico.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A influência da ex-primeira-dama Michelle cresce dentro do partido de Bolsonaro e seu nome começa a ser testado no partido como alternativa para uma candidatura presidencial no lugar do marido
Lula tem indisposição, faz exames em hospital e descansa no Alvorada
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play