Quinta-feira, 26 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de junho de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu alterar o local da cerimônia de anúncio do acordo habitacional voltado às famílias que vivem na Favela do Moinho, localizada na região central da cidade de São Paulo. Inicialmente, a solenidade ocorreria no galpão do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), nas proximidades da favela, mas foi transferida para a própria comunidade. Apesar da mudança, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não comparecerá ao evento, marcado para esta quinta-feira (26).
Lula expressou descontentamento com o fato de o ato ser realizado num espaço fechado, o que, segundo ele, afastaria o povo da cerimônia. “Falta povo”, teria dito o presidente ao reclamar da ausência de participação popular no local inicialmente escolhido. A avaliação de Lula era de que o galpão do MST, embora abrigasse diversos movimentos de moradia e estivesse próximo da Favela do Moinho, não ofereceria a mesma visibilidade e simbolismo que uma solenidade diretamente na comunidade.
A decisão de levar o evento ao galpão do MST havia sido tomada por motivos de segurança. No entanto, o envolvimento direto do movimento — frequentemente criticado por setores da direita, especialmente pelo bolsonarismo — tornou mais delicada a participação do governador Tarcísio de Freitas. A presença dele já estava sendo considerada improvável, e a escolha inicial do local praticamente inviabilizou sua ida.
Mesmo com a mudança de local anunciada por Lula, Tarcísio manteve sua decisão de não comparecer. A cerimônia, que inicialmente ocorreria pela manhã, foi remarcada para as 14h, mas o Palácio dos Bandeirantes informou que o governador terá outro compromisso na mesma data: um evento voltado à habitação social em São Bernardo do Campo, marcado para o meio-dia. Após isso, seguirá para a cidade de Lagoinha, no interior, a cerca de 190 km da capital paulista.
A Presidência da República demonstrou incômodo com a realização paralela de outro evento habitacional por parte do governo estadual, no mesmo dia do anúncio na Favela do Moinho. Lula e Tarcísio são apontados como possíveis adversários na eleição presidencial de 2026.
O acordo anunciado nesta quinta prevê que as famílias da Favela do Moinho sejam beneficiadas pelo programa Compra Assistida, o mesmo utilizado em 2023 para atender vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Segundo o modelo, cada família poderá escolher um imóvel de até R$ 250 mil, com R$ 180 mil custeados pelo governo federal e os outros R$ 70 mil pelo governo paulista. (Com informações da Folha de S.Paulo)