Segunda-feira, 21 de julho de 2025

Lula reclamou com veemência por não ter identificado nos postos de combustíveis a redução de 5,6% no preço da gasolina

A intenção da Petrobras de voltar à distribuição de combustíveis a partir do zero, investindo na criação de uma nova subsidiária, para fazer os preços dos postos de revenda espelharem com exatidão as oscilações promovidas em suas refinarias, é um aglomerado de erros. Vai contra o conceito de abertura de mercado que norteou a quebra do monopólio do petróleo, em 1997, e contra noções comerciais elementares de investimento e retorno, além de querer transformar a empresa em administradora de preços que desde o início dos anos 2000 deixaram de ser fixados pelo governo.

O retorno da companhia ao segmento de distribuição de gasolina e diesel – do qual se retirou depois da venda da BR Distribuidora, atual Vibra, concluída em 2021 – vem sendo cogitado desde o começo da atual gestão de Lula da Silva, em 2023. De início, a alternativa tida como a mais provável era a de reaver o controle da Vibra, tarefa complicada numa empresa que passou a ter o controle pulverizado, na qual os maiores acionistas não chegam a ter 10% de participação acionária.

O aumento da participação acionária da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) na Vibra em 2024 alimentou rumores de que seria o fundo de pensão o veículo de pressão do governo para que a Petrobras retomasse as rédeas na distribuidora. A Previ conseguiu o direito de indicar dois conselheiros de administração na empresa, mas passou a ser investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que apura se o investimento contribuiu para o déficit bilionário do ano passado no principal plano de benefícios da entidade.

Lula da Silva nunca escondeu o descontentamento sobre a privatização da BR e o desejo de que a Petrobras retome a distribuidora e as refinarias que vendeu e retorne à petroquímica. Assume um discurso de retrocesso monopolista que, mesmo parecendo inviável, colabora para o aumento da percepção de risco da companhia. Tudo isso é parte do vale-tudo do lulopetismo para reaver a influência estatal em algumas das maiores empresas brasileiras, o que inclui empresas privatizadas, como Eletrobras e Vale.

De acordo com reportagem do portal Estadão, o Conselho de Administração da Petrobras deve avaliar a inclusão da volta ao setor de distribuição no Plano de Negócios 2026-2030, em elaboração. A ideia – de jerico – é investir num projeto totalmente novo (greenfield), inclusive porque a marca BR Distribuidora permanece arrendada até 2029. Parece uma fórmula que já nasce fadada ao prejuízo e qualquer comparação com o déficit do investimento da Previ pode não ser apenas uma coincidência. Decisões de negócios movidas pela busca de poder político nada têm de estratégicas, ao menos não do ponto de vista comercial.

Lula da Silva, ao lado da presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reclamou com veemência por não ter identificado nos postos de combustíveis a redução de 5,6% no preço da gasolina que a companhia promoveu em suas refinarias em junho. A queixa não parece dissociada da medida agora em avaliação e o motivo implícito é o controle de preços. Um desastre. As informações são do portal Estadão.

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