Domingo, 11 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de maio de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma série de eventos a convite do presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou. Lula é um dos únicos líderes de democracias ocidentais presentes na capital russa.
A viagem do presidente brasileiro tem sido criticada por simbolizar uma espécie de apoio diplomático a um líder autocrata que controla o país com mão de ferro, persegue opositores e invadiu um país vizinho, a Ucrânia, atropelando acordos internacionais.
A lista de participantes inclui o líder da China, Xi Jinping, e chefes de outras 28 nações como Armênia, Azerbaijão, Belarus, Venezuela, Cuba, Bósnia, Burkina Fasso, Congo e Egito.
Lula começou o dia na parada militar de 80 anos do fim da 2ª Guerra Mundial, a celebração do Dia da Vitória, que marca a rendição da Alemanha nazista. Moscou foi toda decorada com bandeiras vermelhas e grandes painéis de led com imagens da guerra para a data.
O desfile militar é tradicionalmente usado por Putin para reforçar o nacionalismo e projetar o poderio militar russo com exibições de equipamentos, como tanques, veículos blindados, peças de artilharia e mísseis – atuais e históricos – e homenagens ao Exército Vermelho soviético. Caças Sukhoi sobrevoaram Moscou.
Putin também busca demonstrar laços políticos amplos com a recepção a líderes estrangeiros. Desde a invasão da Ucrânia em 2022 a cerimônia vinha sendo esvaziada, assim como o relacionamento externo do russo.
Segundo meios de comunicação ligados ao aparato estatal russo, cerca de 30 líderes políticos globais devem participar das celebrações em Moscou – principalmente da Ásia, antigas repúblicas soviéticas e da África.
O portal Estadão conseguiu contar 23 presentes, mas os russos contabilizam apenas representantes enviados, caso da Nicarágua e Vietnã, e países não reconhecidos internacionalmente.
Após as cerimônias, entre elas uma oferenda floral no túmulo do Soldado Desconhecido, e um almoço oferecido aos chefes de Estado e de governo, Lula vai ao Kremlin para uma reunião reservada com Putin.
Na véspera, Putin recebeu neste formato o presidente chinês, Xi Jinping, o convidado de maior peso político na capital russa, e antes os ditadores da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Miguel Díaz-Canel, além do presidente da República do Congo, Denis Nguesso.
Lula, Maduro e Canel foram os únicos governantes das Américas presentes na cerimônia russa.
A presença do petista em Moscou irritou autoridades do governo ucraniano, que por meses tentaram no ano passado levar Lula a Kiev, sem sucesso. A interlocução piorou nos últimos meses. Zelenski chegou a descartar envolvimento do Brasil em negociações diplomáticas, mas depois retomou contato nos bastidores.
A viagem à Rússia, no entanto, tem potencial de degradar ainda mais as relações e render críticas a Lula no Ocidente.
Desde a posse de Donald Trump nos Estados Unidos o cenário mudou e Washington passou a liderar esforços de mediação com Moscou. Os europeus, que antes isolavam a Rússia, passaram a buscado apoio de Lula e outros líderes para defender a posição da Ucrânia e tentar convencer Putin a ceder.
Embora seja visto como mais inclinado a Putin, Lula vinha oficialmente defendendo que a posição do Brasil era levar os dois países à mesa de negociação para chegar à paz. As informações são do portal Estadão.