Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
A Maçonaria é como um templo invisível, erguido não com pedras e cimento, mas com ideais e simbolismos que moldam o espírito humano. Instituição iniciática, outrora envolta no véu do segredo, hoje caminha discretamente pelos caminhos do mundo, preparando o Homem-Consciente para servir à Humanidade em sua melhor versão: feliz, pleno e irradiando felicidade aos demais seres.
Sua origem perde-se nos ecos do tempo. Em registros preservados na Loja de Aberdeen, Escócia, consta a presença de maçons desde 1670. Há documentos ainda mais antigos. Sua longevidade, no entanto, não está apenas na história, mas na permanência de seus valores essenciais: liberdade, igualdade, fraternidade.
A Maçonaria não é uma religião — tampouco rivaliza com qualquer fé. Antes, é um campo fértil onde todas as crenças que reconhecem um Ser Supremo são acolhidas. Seus rituais simbólicos — como a Adoção de Lowton (semelhante à
apresentação de uma criança à luz da fraternidade), o Esponsal Maçônico (uma reafirmação de compromissos conjugais sob o olhar simbólico da Ordem) e a Pompa Fúnebre (despedida ritualística do corpo físico do irmão) — são expressões de uma espiritualidade não dogmática, dedicada à elevação moral e intelectual do ser humano.
A Maçonaria forma benfeitores da humanidade. Seus ensinamentos, muitas vezes velados em lendas e símbolos antigos, convidam o iniciado a uma jornada interior de autoconhecimento, ética e virtude. Nessa escola da vida, estuda-se a Bíblia, não com viés religioso, mas como repositório de sabedoria ancestral. Honra-se Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e trabalha-se incessantemente pela construção de um mundo mais justo.
No compasso da história, grandes nomes se alinharam sob sua estrela: George Washington, Simón Bolívar, Churchill, Napoleão. No Brasil, Duque de Caxias, Garibaldi, Santos Dumont, Villa-Lobos. Pensadores, líderes, inventores e artistas que carregaram o esquadro e o compasso não apenas nos anéis, mas na conduta.
Embora seja majoritariamente masculina, a Maçonaria estende sua influência a ordens femininas como a Estrela do Oriente, fundada na França em 1703 e consolidada no Brasil, onde mulheres guiadas por valores iniciáticos e
filantrópicos buscam o aperfeiçoamento moral, espiritual e a união com seus familiares maçons.
Há também os jardins da juventude cultivados com zelo: Filhas de Jó, Arco-Íris, Ordem DeMolay. As meninas, entre 10 e 20 anos, estudam o Livro de Jó e aprendem, como o personagem bíblico, a ter fé inabalável em tempos de dor. Já os meninos, inspirados em Jacques de Molay — último Grão-Mestre dos Templários — aprendem os valores da lealdade, coragem, cidadania e liderança.
No Brasil profundo, surgem fraternidades que misturam tradição e modernidade. Os Bodes do Asfalto, maçons sobre duas rodas, unem liberdade e fraternidade por estradas do mundo. No Sul, o Piquete Fraternidade Gaúcha cultua o fogo de chão, o mate e a poesia campeira — símbolos de identidade e união.
A Maçonaria ensina por meio de símbolos e alegorias, como quem lança sementes ao solo fértil da consciência. Hermes Trismegisto, Confúcio, o Mestre Jesus, o Dalai Lama — todos são faróis no oceano do saber maçônico. A busca é pelo “homem de bem”, que cultiva a energia mental — dádiva de Deus — para erguer pontes, jamais muros.
Ser maçom é aceitar o compromisso diário de agir com compaixão, de iluminar os outros com a luz do próprio exemplo, de fazer do trabalho um altar, da fraternidade um idioma universal. É lutar por Liberdade com ordem, Igualdade com respeito e Fraternidade com justiça.
Porque, no fim das contas, o verdadeiro maçom é aquele que compreende, com a alma desperta, o mais antigo dos ensinamentos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
(Alexandre Teixeira G. de Castilhos Rodrigues é advogado, escritor e membro da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul – AMLERS)
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Por Redação do Jornal O Sul | 21 de julho de 2025
A Maçonaria é como um templo invisível, erguido não com pedras e cimento, mas com ideais e simbolismos que moldam o espírito humano. Instituição iniciática, outrora envolta no véu do segredo, hoje caminha discretamente pelos caminhos do mundo, preparando o Homem-Consciente para servir à Humanidade em sua melhor versão: feliz, pleno e irradiando felicidade aos demais seres.
Sua origem perde-se nos ecos do tempo. Em registros preservados na Loja de Aberdeen, Escócia, consta a presença de maçons desde 1670. Há documentos ainda mais antigos. Sua longevidade, no entanto, não está apenas na história, mas na permanência de seus valores essenciais: liberdade, igualdade, fraternidade.
A Maçonaria não é uma religião — tampouco rivaliza com qualquer fé. Antes, é um campo fértil onde todas as crenças que reconhecem um Ser Supremo são acolhidas. Seus rituais simbólicos — como a Adoção de Lowton (semelhante à
apresentação de uma criança à luz da fraternidade), o Esponsal Maçônico (uma reafirmação de compromissos conjugais sob o olhar simbólico da Ordem) e a Pompa Fúnebre (despedida ritualística do corpo físico do irmão) — são expressões de uma espiritualidade não dogmática, dedicada à elevação moral e intelectual do ser humano.
A Maçonaria forma benfeitores da humanidade. Seus ensinamentos, muitas vezes velados em lendas e símbolos antigos, convidam o iniciado a uma jornada interior de autoconhecimento, ética e virtude. Nessa escola da vida, estuda-se a Bíblia, não com viés religioso, mas como repositório de sabedoria ancestral. Honra-se Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e trabalha-se incessantemente pela construção de um mundo mais justo.
No compasso da história, grandes nomes se alinharam sob sua estrela: George Washington, Simón Bolívar, Churchill, Napoleão. No Brasil, Duque de Caxias, Garibaldi, Santos Dumont, Villa-Lobos. Pensadores, líderes, inventores e artistas que carregaram o esquadro e o compasso não apenas nos anéis, mas na conduta.
Embora seja majoritariamente masculina, a Maçonaria estende sua influência a ordens femininas como a Estrela do Oriente, fundada na França em 1703 e consolidada no Brasil, onde mulheres guiadas por valores iniciáticos e
filantrópicos buscam o aperfeiçoamento moral, espiritual e a união com seus familiares maçons.
Há também os jardins da juventude cultivados com zelo: Filhas de Jó, Arco-Íris, Ordem DeMolay. As meninas, entre 10 e 20 anos, estudam o Livro de Jó e aprendem, como o personagem bíblico, a ter fé inabalável em tempos de dor. Já os meninos, inspirados em Jacques de Molay — último Grão-Mestre dos Templários — aprendem os valores da lealdade, coragem, cidadania e liderança.
No Brasil profundo, surgem fraternidades que misturam tradição e modernidade. Os Bodes do Asfalto, maçons sobre duas rodas, unem liberdade e fraternidade por estradas do mundo. No Sul, o Piquete Fraternidade Gaúcha cultua o fogo de chão, o mate e a poesia campeira — símbolos de identidade e união.
A Maçonaria ensina por meio de símbolos e alegorias, como quem lança sementes ao solo fértil da consciência. Hermes Trismegisto, Confúcio, o Mestre Jesus, o Dalai Lama — todos são faróis no oceano do saber maçônico. A busca é pelo “homem de bem”, que cultiva a energia mental — dádiva de Deus — para erguer pontes, jamais muros.
Ser maçom é aceitar o compromisso diário de agir com compaixão, de iluminar os outros com a luz do próprio exemplo, de fazer do trabalho um altar, da fraternidade um idioma universal. É lutar por Liberdade com ordem, Igualdade com respeito e Fraternidade com justiça.
Porque, no fim das contas, o verdadeiro maçom é aquele que compreende, com a alma desperta, o mais antigo dos ensinamentos: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
(Alexandre Teixeira G. de Castilhos Rodrigues é advogado, escritor e membro da Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Sul – AMLERS)
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