Sexta-feira, 26 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de setembro de 2025
54% dos brasileiros nunca consultaram um dermatologista, de acordo com o estudo “Brasil à Flor da Pele”, realizado pela divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal no Brasil em parceria com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A pesquisa analisa a relação da população com a saúde da pele e revela que 4 em cada 10 brasileiros raramente observam pele, cabelos e unhas em busca de sinais de doenças, o que pode atrasar diagnósticos e tratamentos.
As desigualdades de acesso também se destacam no levantamento. Entre pessoas negras, 58% nunca estiveram em um consultório dermatológico, contra 42% das pessoas brancas. Os números evidenciam a dificuldade de acesso da população negra ao cuidado especializado. Apesar disso, quase 90% dos entrevistados reconhecem que problemas dermatológicos devem ser tratados por um especialista.
“O anúncio dos primeiros dados do dossiê ‘Brasil à Flor da Pele’ mobiliza diferentes vozes em torno de uma causa urgente: garantir que o cuidado com a pele seja tratado como um direito de todos, e não como privilégio de alguns”, afirma Hanane Saidi, diretora da divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal.
A análise por sexo e faixa etária reforça os contrastes. Apenas 37% dos homens já realizaram pelo menos uma consulta com dermatologista, enquanto entre as mulheres esse índice sobe para 55%. Entre os jovens de 16 a 24 anos, o cenário é ainda mais preocupante: 70% nunca passaram por uma avaliação especializada, justamente em uma fase em que questões como acne, queda de cabelo e doenças de pele podem impactar a autoestima e a qualidade de vida.
“O Brasil ainda convive com desigualdades de acesso à dermatologia, sobretudo entre jovens, homens e a população negra. O movimento liderado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e pela divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal é fundamental para transformar a conscientização em práticas efetivas de cuidado”, avalia Carlos Barcaui, presidente da SBD.
A iniciativa ganha força no mesmo ano em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente as doenças de pele como prioridade de saúde pública global. O reconhecimento reforça a necessidade de ampliar políticas de prevenção, acesso a consultas e informação para a população.
O dossiê deve seguir em desenvolvimento com novos recortes regionais e socioeconômicos, permitindo identificar os principais gargalos e buscar soluções. Para especialistas, a divulgação de dados como esses pode ajudar a reduzir desigualdades históricas e incentivar a população a procurar cuidados dermatológicos de forma preventiva, não apenas em situações de emergência.