Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de setembro de 2025
Neste sábado (27), o Brasil celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos, data instituída pelo Ministério da Saúde para conscientizar a população sobre a importância desse gesto de solidariedade que pode salvar vidas.
De acordo com o órgão foram realizados mais de 30 mil transplantes em 2024 — números que tendem a crescer com o apoio da tecnologia notarial.
Desde abril de 2024, os cidadãos podem manifestar e formalizar sua vontade de doar órgãos de forma simples, gratuita e 100% digital, por meio da Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO). No Rio Grande do Sul, a AEDO já soma mais de 850 solicitações emitidas.
“A adesão à AEDO tem sido notável em todo o estado. A possibilidade de manifestar o desejo de ser doador de órgãos de forma totalmente eletrônica, diretamente pela plataforma e-Notariado, trouxe mais praticidade para a população. Essa inovação tecnológica está simplificando e incentivando um gesto tão nobre, que é o de salvar vidas. Com a AEDO, o processo fica mais acessível e ágil, fortalecendo nosso sistema e oferecendo mais esperança a quem aguarda na fila por um transplante. É um avanço significativo que humaniza e moderniza este ato de solidariedade”, destaca Rita Bervig, presidente do Colégio Notarial do Rio Grande do Sul (CNB/RS).
Conforme a secretaria da Saúde do Estado, foram realizados 1.634 transplantes de órgãos no ano passado. O número representa um aumento de 5,6% em relação aos 1.546 transplantes do ano anterior.
De acordo com a Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, foram 26 transplantes de coração, 35 de pulmão, 134 de fígado, 557 de rim e 882 de córnea. Também foram realizados 1.504 transplantes de tecidos. Exceto pelo transplante de fígado (142), todos os números do ano passado superam os de 2023.
Foram feitas ainda 780 notificações por morte encefálica, indicando possíveis doadores, com 194 doadores efetivos, nos quais foi possível a retirada de algum órgão. Embora tenham ficado abaixo dos registros de 2023, com 838 notificações e 285 doadores efetivos, o percentual de 24% das notificações que se tornam doações supera a média nacional, de 19%.
O número de doadores efetivos também é praticamente igual ao de 2022 (197), superando, no entanto, 2021 (161) e 2020 (182). Já o número de notificações foi o segundo maior desde 2017, quando foram registadas 789 ocorrências.
De acordo com o Ministério da Saúde, os transplantes mais realizados no País em 2024 foram o de rim (6.320 transplantes) e o de fígado (2.454), entre os sólidos, e o de córnea (17.107) e o de medula óssea (3.743) entre os líquidos.
Como funciona
Lançada pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Saúde, o processo para se tornar doador é totalmente digital, realizado por meio da plataforma e-Notariado.
O interessado acessa o site www.aedo.org.br, solicita gratuitamente um Certificado Digital Notarizado, realiza videoconferência com um tabelião de notas e assina eletronicamente o documento, escolhendo quais órgãos deseja doar.
A AEDO passa a integrar automaticamente a Central Nacional de Doadores de Órgãos, podendo ser consultada por profissionais de saúde credenciados no Sistema Nacional de Transplantes. O documento pode ser revogado a qualquer momento pelo cidadão.
O Brasil tem mais de 42 mil pessoas na fila por um transplante.