Sábado, 19 de julho de 2025

Mais de um ano após as enchentes, atividade econômica das empresas se mantém estável no RS

Quase 90% das empresas gaúchas enquadradas no regime geral – que exclui os microempreendedores individuais (MEI) e os enquadrados no Simples Nacional – tiveram nível normal ou médio de desempenho no mês de junho. Conforme novo boletim econômico-tributário a Secretaria da Fazenda (Sefaz), esse cenário indica estabilidade da atividade produtiva desde as enchentes de maio do ano passado.

O levantamento é produzido com base na emissão de notas fiscais eletrônicas (NF-e). Em maio do ano passado, no auge dos efeitos das cheias, esse percentual era inferior a 70%. Entre os mais de 40 mil estabelecimentos do regime geral, cerca de 5 mil operaram em nível baixo de produtividade – número que está dentro da média habitual da economia do Estado.

Dentre as empresas do Simples Nacional, o índice de operação normal e médio foi de 85% em junho, índice que também está em linha com um cenário de estabilidade. Ao todo, o Rio Grande do Sul conta com mais de 77 mil empresas enquadradas no regime simplificado, das quais cerca de 11 mil operaram em um nível considerado baixo no mês passado. A operação considerada baixa ocorre quando a emissão de notas fiscais fica inferior a 30% da média.

Ainda conforme o boletim, mais de 3,5 mil empresas foram fechadas entre 24 de abril e o final de dezembro de 2024 nas áreas diretamente atingidas pelas cheias – um aumento de 17% nas baixas em relação ao ano anterior. O percentual, que é inferior à média de fechamentos registrada no Estado ao longo de 2024, sugere que não houve uma concentração de encerramentos apenas nas áreas alagadas, indicando que os efeitos da catástrofe meteorológica se espalharam por todo o Estado.

“Os dados do boletim revelam que o Estado teve uma rápida recuperação do nível de atividade dos negócios, iniciada já em junho do ano passado, um mês após o período mais crítico. Os índices de operação em nível considerado baixo estão dentro da média de um cenário econômico normal, no qual sempre há empresas com oscilações na atividade por diversos fatores, como sazonalidade do setor ou dificuldades financeiras”, explica o subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, órgão responsável pelo levantamento.

Indústria

Ainda de acordo com o relatório oficial, as vendas da indústria do Rio Grande do Sul caíram 1,5% em junho deste ano na comparação com o mesmo mês de 2024. A queda foi puxada pelo setor de papel, que teve redução de 24,6% nas comercializações.

A indústria de alimentos, na outra ponta, apresentou um dos melhores desempenhos, com volume de transações de R$ 1,6 bilhão em junho deste ano – um aumento de 9,7% em relação ao mesmo mês de 2024. Na sequência, também com vendas subindo, aparecem os setores têxtil e de vestuário, com aumento de 6,9%, e o de insumos agropecuários, com alta de 6,6%.

O levantamento também traz um recorte regionalizado do desempenho de vendas. A Fronteira Noroeste teve o maior aumento percentual, com alta de 54,7% em junho na comparação, somando mais de R$ 1,5 bilhão em comercializações. Em seguida, aparece o Vale do Rio Pardo, com elevação de 25%, o que representa R$ 2,5 bilhões em vendas no período. O maior recuo ocorreu na Fronteira Oeste, onde as vendas tiveram queda de 23,8%.

Em sua maioria, as vendas de junho partiram de indústrias da Serra (17,9%), seguido pela Região Metropolitana de Porto Alegre (17,7%) e pelo Vale do Rio dos Sinos (17,2%). Juntas, as três regiões são responsáveis por mais da metade das vendas do setor no Rio Grande do Sul no período.

(Marcello Campos)

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