Quinta-feira, 02 de maio de 2024

McPicanha sem picanha pode custar mais de 11 milhões de reais ao McDonald’s

A rede de fast food McDonald’s está tendo dias indigestos no Brasil. Uma das apostas da empresa para o mercado brasileiro neste ano, a linha do McPicanha pode render uma multa de até 11,6 milhões de reais por propaganda enganosa, segundo o Procon-SP. A empresa entrou na mira de órgãos de defesa do consumidor do país porque os lanches não contêm a carne nobre em sua composição, e sim um molho sabor picanha.

Segundo o diretor executivo do Procon-SP, Guilherme Farid, a multa pode ser aplicada caso a empresa não esclareça sobre o imbróglio da picanha até esta segunda-feira (2).

Em nota, o McDonald’s afirmou que os dois sanduíches da linha Novos McPicanha foram retirados dos restaurantes de todo o país, desde a sexta-feira (29). O Procon-SP notificou a rede de fast food para apresentar oficialmente a tabela nutricional dos sanduíches, comprovando a composição dos ingredientes e os testes de qualidade realizados. Dentre outros pontos, o órgão de proteção também está requerendo a cópia dos materiais publicitários veiculados nos meios de comunicação.

Durante a última semana, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) deu o prazo de dez dias para a companhia enviar os esclarecimentos sobre a “possível prática de propaganda enganosa”.

“O Ministério preza pela justiça e segurança do brasileiro em todos os âmbitos, inclusive no direito do consumidor”, disse o ministro Anderson Torres. Se os questionamentos não forem respondidos no prazo demandado, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) poderá abrir um processo administrativo contra a rede McDonald’s.

Entenda o caso

A retirada do cardápio ocorreu após uma série de repercussões causadas por uma denúncia feita pela página no instagram “Coma com os olhos”, baseada em um memorando interno obtido com funcionários. O documento orientava os colaboradores a montarem o sanduíche da linha Mc Picanha com a mesma carne do Mc Tasty.

“De forma estratégica, deixaram uma informação extremamente relevante fora dessa divulgação [da nova linha]. A tal carne de Picanha, internamente chamada de Carne Pic, foi descontinuada. E desde o dia 5/4/2022, todos os restaurantes da rede foram notificados pela matriz que deveriam passar a usar a carne 3.1, ou seja, a carne da linha Tasty”, escreveu o blog na denúncia.

A denúncia foi recebida pelo Procon-SP, que exigiu que a empresa alimentícia entregasse documentos que revelam a composição dos lanches, assim como as propagandas, para verificar se houve mesmo lesão ao consumidor.

No entanto, no meio da polêmica, o próprio McDonald’s admitiu que o sanduíche não era feito de picanha e que o nome se referia a um novo molho de picanha. A empresa disse “lamentar “que a comunicação criada sobre os novos produtos possa ter gerado dúvidas” e informou que “haverá novas peças destacando a composição dos sanduíches de maneira mais clara”.

“Na publicidade não há informação clara de que o hambúrguer contém qualquer porcentagem do corte bovino picanha. Então, a forma como o McDonald’s usa o nome ‘picanha’ em seu produto e na divulgação da campanha publicitária do sanduíche induzem ao entendimento de um produto composto pelo corte de carne picanha”, explica o diretor-geral do Procon, Marcelo Nascimento, em comunicado publicado na última semana.

“Isso induz o consumidor ao erro e se caracteriza como publicidade enganosa”, acrescenta o diretor. Para o órgão, a atitude do McDonald’s caracteriza publicidade enganosa, proibida pelo artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor.

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