Sábado, 10 de maio de 2025

Medicamentos contra o HIV oferecem proteção substancial contra Alzheimer, sugere nova pesquisa

Cientistas da Universidade de Virginia (UVA), nos Estados Unidos, estão solicitando ensaios clínicos que testem o potencial de medicamentos contra o HIV, chamados ITRNs, para prevenir a doença de Alzheimer. Eles descobriram que pacientes que usam esses fármacos têm probabilidade substancialmente menor de desenvolver demência.

“Estima-se que mais de 10 milhões de pessoas ao redor do mundo desenvolvam a doença de Alzheimer anualmente”, afirma Jayakrishna Ambati, diretor fundador do Centro de Ciência Avançada da Visão da UVA e autor principal da pesquisa.

Ambati e a equipe analisaram dois dos maiores bancos de dados de planos de saúde americanos para avaliar o risco de Alzheimer entre os pacientes que receberam os medicamentos e identificaram um possível mecanismo pelo qual os fármacos poderiam prevenir o Alzheimer.

Em um deles, o risco de desenvolver Alzheimer diminuiu 6% a cada ano em que os pacientes tomavam os medicamentos. No outro, a redução anual foi de 13%.

“Nossos resultados sugerem que tomar esses medicamentos pode prevenir aproximadamente 1 milhão de novos casos de doença de Alzheimer todos os anos”, explicou Ambati.

Prevenção do Alzheimer

Os ITRNs, ou inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa, são usados para impedir a replicação do vírus HIV no organismo. A pesquisa de Ambati descobriu ainda que esses medicamentos também podem impedir a ativação de inflamossomos, importantes agentes do nosso sistema imunológico.

Os pesquisadores então revisaram 24 anos de dados de pacientes contidos no banco de dados da Administração de Saúde de Veteranos dos EUA – composto em grande parte por homens – e 14 anos de dados no banco de dados MarketScan de pacientes com seguro comercial, que oferece uma representação mais ampla da população.

Em sua maioria, os participantes tinham ao menos 50 anos de idade e precisavam tomar medicamentos para HIV ou hepatite B (outra doença tratada com ITRNs). Eles também excluíram pacientes com diagnóstico prévio de Alzheimer.

No total, os pesquisadores identificaram mais de 270.000 pacientes que atendiam aos critérios do estudo e então analisaram quantos desenvolveram Alzheimer.

Mesmo após o ajuste para fatores que podem obscurecer os resultados, como se os pacientes tinham condições médicas preexistentes, os pesquisadores determinaram que a redução no risco de Alzheimer entre pacientes em uso de ITRNs foi “significativa e substancial”, eles relatam.

Ambati e sua equipe observaram que pacientes que tomam outros tipos de medicamentos para o HIV não apresentaram a mesma redução no risco de Alzheimer que aqueles que tomam ITRNs.

Com base nisso, a equipe pediu testes clínicos para determinar a capacidade dos ITRNs de prevenir o Alzheimer. Se bem-sucedido, os benefícios podem ser enormes, visto que as taxas de Alzheimer estão aumentando drasticamente.

“Também desenvolvemos um novo medicamento bloqueador do inflamossomo chamado K9, que é uma versão mais segura e eficaz dos ITRNs. Este medicamento já está em ensaios clínicos para outras doenças, e planejamos também testar o K9 na doença de Alzheimer”, afirmou Ambati.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Variedades

Sonda soviética deve cair na Terra e Brasil está na zona de risco
Nem WhatsApp, nem Instagram: veja o novo aplicativo mais baixado do mundo
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play