Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mercado contraria Guedes e projeta economia abaixo de 1% para 2022

O mercado financeiro diminuiu pela sexta semana consecutiva a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2022. Agora, os economistas das principais instituições financeiras do País projetam, pela primeira vez, que as riquezas brasileiras vão crescer abaixo de 1% no ano que vem.

Conforme o Boletim Focus do BC (Banco Central), divulgado nesta terça-feira (16), a previsão para as riquezas é de crescimento de 0,93% em 2022, o que vai na contramão das últimas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes. No fim de outubro, Guedes disse que o baixo crescimento da economia no ano que vem não passava de boato.

“A conversinha é sempre essa. Primeiro que [a economia] ia cair, ia ficar lá embaixo, não ia voltar. Aí volta em V. O crescimento já está em 5%, ou 5,3%, 5,4% neste ano. Aí já estão dizendo que no ano que vem não vai crescer. Vai crescer de novo, cada um vai fazer o seu trabalho”, afirmou o ministro no fim de outubro em um evento no Palácio do Planalto.

Nesta segunda (15), durante agenda em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, Guedes contrariou o que mostram os números. O ministro disse que o Brasil cresce 5,5% em 2021, acima da média mundial, mas, de acordo com o último relatório do FMI (Fundo Monetário Internacional), a média mundial de crescimento em 2021 deve ser de 5,9% – acima, portanto, do crescimento brasileiro.

“Já vacinamos 65% da população adulta com duas doses e estamos retornando ao trabalho. A economia está crescendo 5,5% neste ano, e já temos para os próximos mais de US$ 100 bilhões em contratos assinados em energia elétrica, rodovias, ferrovias, gás natural, portos”, disse o ministro durante a agenda nos Emirados Árabes Unidos.

Para 2023, de acordo com o boletim Focus, a estimativa de crescimento do PIB foi mantida em 2%, o mesmo aumento esperado para 2024.

Previsão para 2021

A manutenção do ritmo acelerado de aumento dos preços fez os economistas elevarem, pela 32ª semana seguida, as previsões para a inflação de 2021. As projeções para o crescimento da economia, por sua vez, recuaram pela quinta vez consecutiva. Agora, a estimativa de crescimento é de 4,88% para o fim deste ano.

Conforme as estimativas do Banco Central, a aposta atual é que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) feche o ano em 9,77% – acima dos 9,33% previstos na semana passada.

As mudanças das estimativas são impulsionadas pelas recentes altas no preço da energia elétrica e dos combustíveis, que causam um efeito cascata em outros produtos da economia, e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família.

Caso a nova expectativa seja confirmada, a inflação chegará ao fim de 2021 superando o dobro da meta estabelecida pelo governo para o ano, de 3,75%. Há uma tolerância máxima de até 5,25%.

Apesar da previsão de maior alta nos preços, a expectativa para o dólar ficou mantida em R$ 5,50.

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