Sábado, 02 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de janeiro de 2023
Uma equipe internacional de pesquisadores encontrou na Antártida cinco novos meteoritos, incluindo um que pesa quase 8kg. As descobertas comprovam uma maior facilidade de encontrar pedras espaciais conservadas no continente frio e remoto.
A novidade foi divulgada nesta semana pelo Museu Field de História Natural de Chicago, nos Estados Unidos. Participaram da missão de procura a meteoritos quatro cientistas, liderados por Vinciane Debaille, da Universidade Livre de Bruxelas, na Bélgica.
Fizeram parte da jornada ainda Maria Valdes, cientista do Museu Field; Maria Schönbächler, do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça; e Ryoga Maeda, também da Universidade Livre de Bruxelas. A equipe foi a primeira a explorar novos locais em potencial para meteoritos, mapeados com imagens de satélite por Veronica Tollenaar, estudante de mestrado em glaciologia da universidade belga.
“Partir de uma aventura explorando áreas desconhecidas é emocionante”, diz Debaille, em comunicado. “Mas também tivemos que lidar com o fato de que a realidade no terreno é muito mais difícil do que a beleza das imagens de satélite”.
A pesquisadora estima que dos cerca de 45 mil meteoritos recuperados da Antártida no século passado, apenas 100 são do tamanho daquele de quase 8kg encontrado pela equipe – ou ainda maiores.
“O tamanho não importa necessariamente quando se trata de meteoritos, e mesmo minúsculos micrometeoritos podem ser incrivelmente valiosos cientificamente”, contrapõe Valdes. “Porém, é claro que encontrar um grande meteorito como este é raro e realmente emocionante”.
A cientista diz que está ansiosa para ver o que as análises dos cinco meteoritos revelam, pois estudar esses objetos, segundo ela, “nos ajuda a entender melhor nosso lugar no Universo”. Para a especialista, quanto maior for o tamanho da amostra, “melhor poderemos entender nosso Sistema Solar e melhor poderemos entender a nós mesmos”.
Apesar de ser extremamente fria, a Antártida é um dos melhores lugares do mundo para caçar essas pedras espaciais, pois se trata de um deserto gelado, com um clima seco que limita o grau de intemperismo que os meteoritos experimentam.
Além das condições secas, a paisagem branca é ideal para a procura. As rochas espaciais escuras destacam-se claramente contra os campos nevados. Mesmo quando os meteoritos afundam no gelo, o movimento de agitação das geleiras ajuda a trazer os objetos para perto da superfície, que é clara.
Os cinco meteoritos recuperados pelos cientistas serão analisados no Instituto Real Belga de Ciências Naturais. Já sedimentos potencialmente contendo minúsculos micrometeoritos foram divididos entre os pesquisadores para estudo em outras instituições.