Quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Michelle Bolsonaro se licencia da presidência do PL Mulher e partido alega “alterações” de saúde; quadro teria se agravado após a prisão de Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro solicitou afastamento temporário da presidência do PL Mulher, segmento da sigla dedicado ao incentivo da participação política feminina. O pedido, formalizado nesta semana, foi atribuído a “tensões” decorrentes da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e a “alterações de saúde”, segundo comunicado divulgado pela direção do movimento.

Em razão da decisão, a agenda que Michelle cumpriria no Rio de Janeiro no próximo sábado (13) precisou ser adiada. O PL Mulher informou que a mudança foi necessária para que ela possa seguir recomendações médicas e reduzir o ritmo de compromissos públicos.

A nota afirma que Michelle vinha, há alguns meses, enfrentando “alterações em sua saúde”, que teriam sido agravadas pela situação envolvendo seu marido e pelo que classificou como “injustiças” dirigidas à família. De acordo com o comunicado, esse conjunto de fatores teria afetado sua imunidade, tornando indispensável um período de afastamento das atividades partidárias.

O texto divulgado nas redes sociais destaca que o afastamento não tem prazo definido. A legenda informou apenas que Michelle deverá permanecer fora da função por um período recomendado por médicos e, ao final dele, passará por nova avaliação antes de retomar, ou não, suas atividades à frente do PL Mulher. Não foram detalhados, no comunicado, os sintomas ou condições específicas que motivaram a recomendação.

O pedido ocorre em meio a um momento de maior tensão interna dentro do PL. Nas últimas semanas, Michelle se tornou alvo de críticas de alguns integrantes do partido após declarações feitas durante um evento no Ceará. Na ocasião, ela se manifestou contrariamente a articulações político-eleitorais envolvendo o PL e o ex-governador Ciro Gomes (PSDB) para uma possível candidatura ao Senado pelo estado em 2026. A movimentação vinha sendo conduzida por lideranças locais da sigla, entre elas o deputado André Fernandes (PL-CE).

A fala da ex-primeira-dama gerou reação entre os filhos de Jair Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Michelle teria se antecipado ao marido ao comentar o tema publicamente, opinião que foi apoiada por Carlos Bolsonaro e Jair Renan Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também criticou a postura de Michelle, descrevendo sua manifestação como “desrespeitosa”.

Após a repercussão, Michelle Bolsonaro afirmou respeitar a opinião dos filhos do ex-presidente, mas declarou que pensa de forma diferente e que considera legítimo manifestar seus posicionamentos. Ela disse compreender que integrantes do PL possam defender alianças específicas, mas reiterou que também tem o direito de discordar. Em declaração pública, afirmou: “Aqueles que defendem essa aliança são livres para continuar com ela, mas não deveriam me criticar por não aceitá-la. Eu tenho o direito de não aceitar isso, ainda que essa fosse a vontade do Jair (ele não me falou se é)”.

O PL Mulher ainda não informou quem assumirá a coordenação do movimento durante o afastamento da ex-primeira-dama.

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